Lula e Maduro. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Sem reconhecer o resultado das eleições na Venezuela, o Brasil deverá ser representado, se convidado, pela embaixadora brasileira em Caracas, Glivânia Maria de Oliveira, na posse do presidente Nicolas Maduro, marcada para o dia 10 de janeiro.

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) descarta enviar um representante de Brasília, como o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, ou o assessor internacional da Presidência, embaixador Celso Amorim.

As relações entre os dois países estão estremecidas desde a votação, realizada em 28 de julho. Declarado reeleito para um terceiro mandato, Maduro fez duras críticas ao governo brasileiro e ao próprio Lula por não reconhecer sua vitória.

Maduro também chegou a dizer, sem provas, que o Brasil teria conspirado contra a Venezuela. Por causa do comportamento de venezuelano em relação ao processo eleitoral, Lula já chegou a qualificá-lo como “extremista“.

Porém, o Palácio do Planalto avalia que, apesar do distanciamento, é preciso manter um canal de diálogo aberto com o regime Maduro, por isso a decisão de enviar a embaixadora à posse.

O Brasil descarta o rompimento das relações com a Venezuela, como ocorreu durante o governo Jair Bolsonaro.

Diplomatas citam que manter uma interlocução é fundamental para a segurança dos brasileiros que vivem no país vizinho. E lembram, ainda, que atualmente Brasil é responsável pela segurança das embaixadas do Peru e da Argentina, onde estão seis opositores de Maduro.

O Brasil, ao lado de Colômbia e México, exigiu a publicação das atas eleitorais da votação realizada em 28 julho. Os documentos jamais foram divulgados pelo órgão eleitoral da Venezuela, o que reforça a suspeita de fraude.

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