Foto: Eduardo Andrade/SupCom ALE-RR

Os deputados estaduais de Roraima receberam nesta quarta-feira (27) a secretária de Estado da Saúde, Cecília Lorezon, para uma prestação de contas das emendas parlamentares destinadas à pasta no Orçamento em vigor. Em vez de utilizarem da oportunidade de um raríssimo encontro presencial com a responsável pela pasta do segundo maior orçamento público do Estado de Roraima (R$ 1 bi), não, eles se limitaram a concordar com o balanço de R$ 50 milhões em emendas feito à power point pela secretária.

Ora, com o Ministério Público Estadual cobrando a execução das obras da maternidade Nossa Senhora de Nazaré, e com diversos escândalos em andamento nas páginas policiais, onde, no mais recente deles, o marido da secretária foi alvo de busca e apreensão durante operação da Polícia Federal contra superfaturamento de oxigênio destinado aos Yanomami, é, no mínimo, estranho que os parlamentares tenham deixado passar essa oportunidade de se aprofundar no debate sobre o cuidado com o dinheiro público.

Os deputados se conformaram com as respostas ensaiadas sobre a aplicação de emendas e não fizeram um único questionamento realmente plausível sobre aquilo que tem acontecido dentro da secretaria estadual de saúde. Nenhuma pergunta sobre a novela da terceirização do HGR? Nenhuma palavra sobre o processo judicial que apura o rombo de R$ 30 milhões na Sesau por meio da Coopebras?  E sobre a proibição judicial da Sesau contratar com a VB Saúde, ninguém tinha nenhuma dúvida ali? Como assim?

Que tipo de representante foge ao seu baluarte fiscalizatório e ignora os temas aqui postos? Qual é a justificativa para o parlamento ignorar essas e tantas outras bombas que diariamente chegam ao conhecimento daquela Casa e simplesmente fingirem que nada está se passando? É isto a que eles se referem como “Harmonia entre os Poderes”? 

Cecília avaliou a reunião como “excelente”, é claro, pois nada fugiu ao roteiro. Para o conhecimento do leitor, estiveram na reunião junto com a secretária de Saúde: Tayla Peres (Republicanos), Idazio da Perfil (MDB), Odilon Filho (Podemos), Catarina Guerra (União), Gabriel Picanço (Republicanos), Marcinho Belota (Republicanos), Chico Mozart (Progressistas), Isamar Júnior (Podemos), Dr. Cláudio Cirurgião (União), Renato Silva (Podemos), Aurelina Medeiros (Progressistas) e Armando Neto (PL).

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