Uma testemunha foi conduzida à delegacia após ser acusada de mentir durante depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Grilagem de Terras, realizada pela Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) nesta segunda-feira, 10. O homem, identificado como Jamiro Alves da Silva, de 51 anos, prestava depoimento sobre sua participação na regularização de uma área de oito hectares, chamada sítio Uberabinha 2, na Gleba Cauamé.
Ele alegou ter atuado apenas como procurador de um suposto proprietário, identificado como “Almiro”. Durante o depoimento, o deputado Jorge Everton (União) questionou Jamiro sobre a declaração de bens, e ele negou possuí-los. No entanto, quando o deputado questionou sobre sua candidatura, Jamiro confirmou ter concorrido a uma eleição.
Everton então apresentou um documento que mostrava que Jamiro havia declarado R$ 10.180.000,00 ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RR) nas eleições de 2022, incluindo terrenos e sítios em Boa Vista. Diante da contradição, o deputado acusou Jamiro de mentir para a CPI e solicitou que ele fosse conduzido por um policial militar à delegacia para prestar esclarecimentos.
A reportagem tentou contato com a Assembleia Legislativa de Roraima para comentar o ocorrido, mas não houve retorno até o fechamento da matéria.
A CPI da Grilagem de Terras foi instaurada após uma denúncia do Ministério Público de Contas (MPC) que envolvia irregularidades na regularização fundiária da Gleba Baliza, com suspeitas de favorecimento e grilagem de terras. A comissão é composta pelos deputados Jorge Everton (presidente), Armando Neto (vice-presidente), Renato Silva (relator), Marcinho Belota, Chico Mozart, Neto Loureiro e Soldado Sampaio.
A primeira reunião da CPI ocorreu em Rorainópolis no dia 24 de fevereiro.