Foto: Semuc

O segundo dia do Boa Vista Junina 2025, realizado nesta quarta-feira (4), levou ao tablado seis quadrilhas com apresentações que misturaram temas históricos, sociais e culturais. Com enredos variados, os grupos do acesso e do especial trouxeram ao público interpretações sobre religiosidade, desigualdade, memória e identidade, mantendo o foco na valorização da cultura popular.

Grupo de acesso

Pelo Grupo de Acesso, a Quadrilha Coração Alegre, de Alto Alegre, abriu a noite com o tema “Brado de um povo guerreiro”, destacando a resistência dos povos indígenas. Mesmo com atraso e falhas técnicas, os 24 casais se apresentaram.

“Tivemos alguns problemas, mas a quadrilha não poderia deixar de se apresentar em respeito aos brincantes e todos os envolvidos. Ensaiamos de baixo de sol e chuva e queríamos fazer essa homenagem aos povos indígenas originários”, afirmou o animador Zé Filho, caracterizado como pajé.

Na sequência, a Quadrilha Sinhá Benta apresentou “Quilombo”, enredo centrado em uma história de amor entre uma mulher escravizada e o filho do senhor da fazenda. O grupo usou a narrativa para abordar o respeito às religiões de matrizes africanas. “Buscamos trazer uma mensagem ao público, que as religiões de matrizes africanas precisam ser respeitadas, independente de suas crenças e sem intolerância religiosa”, disse Max Reis, animador do grupo.

Encerrando o grupo de acesso, a Matuta Encantá levou ao tablado “Um amor a seguir, o começo de uma nova história”, com 16 casais. Inspirada na trajetória de Anita e Giuseppe Garibaldi, a quadrilha fez referência à cultura gaúcha e relembrou as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em 2024. A apresentação incluiu uma homenagem aos festejos farroupilhas e destacou a união em momentos de crise.

Grupo especial

Entre os grupos do Especial, a Escola Forrozão trouxe o tema “Asas da Liberdade”, inspirado na história de Papillon, personagem que enfrenta uma condenação injusta e busca fugir da prisão. O grupo representou a luta pela liberdade com 29 casais e elementos visuais que remetiam à figura da borboleta como símbolo de transformação.

Com 54 casais, a Quadrilha Garranxê abordou a seca de 1997 no Nordeste com o enredo “A Lágrima que Floresce”. A apresentação retratou a escassez de água e alimentos e encerrou com a chegada da chuva, simbolizada pela Rainha da quadrilha. O grupo aproveitou o tema para reforçar a importância do uso responsável dos recursos naturais.

Fechando a noite, a Quadrilha Amor Caipira apresentou “Sucupira – Um Lugar Onde Tudo Pode Acontecer”, inspirado na obra O Bem-Amado, de Dias Gomes. Em tom de sátira política, a apresentação mostrou as trapalhadas do fictício prefeito Odorico Paraguaçú, com direito a eleição, casamento caipira e a inauguração de um cemitério sem mortos.

Quadrilhas que se apresentam nesta quinta-feira (5)

  • Apresentação da Quadrilha Estrela Junina – grupo de acesso
  • Apresentação da Quadrilha Evolução Junina – grupo de acesso
  • Apresentação da Quadrilha Arrasta Pé – grupo de acesso
  • Apresentação da Quadrilha Tradição Macuxi – grupo especial
  • Apresentação da Quadrilha Xamego na Roça – grupo especial
  • Apresentação da Quadrilha Zé Monteirão – grupo especial

Deixe seu comentário

Please enter your comment!
Please enter your name here