Foto: Divulgação/PF

A Polícia Federal prendeu seis suspeitos de participarem da queima de dois helicópteros do Ibama em Manaus (AM) no fim de janeiro. Na quarta-feira (2), foi detido o suposto mandante do crime. A PF não divulgou os nomes dos acusados de atear o fogo. O suspeito de ser o mandante é o empresário Aparecido Naves Júnior, de 35 anos.

Naves Júnior tem uma mansão em Goiânia (GO) avaliada em R$ 2,1 milhões, duas empresas, carros de luxo e aeronaves. Os aparelhos, usados pelo garimpo ilegal em Roraima, foram destruídos recentemente por agentes do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

Naves Júnior encontrava-se em Manaus dias antes do incêndio. Acertou a queima com cinco homens, que receberiam R$ 5.000 cada um pelo ato. Em 24 de janeiro, data da ação, o empresário estava Roraima.

A PF identificou Thiago Souza da Silva, conhecido como “TH”, e Wisney Delmiro, vulgo “Poderoso”, como intermediários do esquema. Edney Fernandes de Souza dirigiu o carro que levou Fernando Warlison Pereira, conhecido como “Seco”, e Arlen da Silva, o “Mudinho”, ao Aeroclube de Manaus, local do incêndio. Como resultado da ação, um helicóptero ficou completamente destruído e o outro sofreu avarias.

O motorista teve prisão em flagrante decretada em 25 de janeiro. Os demais foram presos temporariamente em ações de 26 de janeiro a 2 de fevereiro.

Naves Júnior foi preso em Goiânia. Em comunicado a PF disse ter agido “em sigilo para salvaguardar o resultado das investigações”.

“Três envolvidos reconheceram o suposto autor intelectual do crime, apontado como envolvido em atividades de garimpo ilegal em Roraima”, disse a PF.

“Segundo a investigação, a ação criminosa teria como motivo principal frear as ações de fiscalização e repressão ao garimpo ilegal desenvolvidas no Estado de Roraima no ano de 2021, sendo o ato criminoso uma represália às operações conjuntas feitas pela Polícia Federal e Ibama, e que contaram com o emprego direto das aeronaves objeto dos crimes.”

Garimpo

A busca por ouro na região Amazônica foi exposta em novembro de 2021, com a invasão de garimpeiros ao Rio Madeira. Na ocasião, cerca de 600 barcas se instalaram no rio em busca do minério.

No fim daquele mês, o Ibama, a Polícia Federal a Força Nacional e a Marinha do Brasil realizaram operação para conter o avanço do garimpo ilegal na região da Amazônia. O ministro Anderson Torres (Justiça e Segurança Pública) anunciou que 131 balsas foram apreendidas e destruídas na ocasião. Um garimpeiro também foi preso.

A operação contou com o uso de helicópteros do Ibama, que realizaram o reconhecimento da área invadida.

Uma das formas de minerar uma área é a chamada mineração industrial, feita com tecnologia especializada, em um espaço a ser explorado em profundidade.

Já o garimpo é a mineração manual, sem o auxílio de máquinas. Não é feito em profundidade e sim na superfície, degradando mais área dos biomas. Normalmente, é feito de forma ilegal, sem tem autorização da ANM (Agência Nacional de Mineração), como é o caso do processo feito pelos garimpeiros que invadiram o Rio Madeira.

O garimpo é a principal forma de mineração na Amazônia. Dados do MapBiomas indicam que a área minerada por garimpo na região em 2020 chegou a 101,1 mil hectares. É, de longe, a maior área de garimpo no Brasil.

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