Roraima, Rio de Janeiro e Distrito Federal foram os estados onde houve maior expansão da pobreza entre novembro de 2019 e janeiro de 2021. A pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) concluiu que, em 24 dos 26 estados e o Distrito Federal, houve aumento da população pobre em relação ao total. Os dados refletem as consequências da pandemia de coronavírus na economia.
Segundo o estudo, todas as capitais apresentaram crescimento tanto da pobreza, como da sua situação extrema. Mas ele destaca Roraima com uma situação peculiar, por causa da migração de venezuelanos. “Pela crise migratória, com uma grande entrada da população venezuelana, sem perspectiva, sem possibilidade de se inserir no mercado de trabalho. Por isso houve um aumento muito grande da extrema pobreza nesse estado”, disse Daniel Duque, economista da FGV.
A pesquisa considerou índices de pobreza do Banco Mundial, cuja renda per capita é de até R$ 400 ao mês. Para a condição de pobreza extrema, a pesquisa tem como referência a renda per capita de R$ 160 por mês. Roraima foi o Estado com a maior alta na população em extrema pobreza, de 11,2% a 19,9%, alta de 8,7 pontos.
Para Daniel Duque, essa alta pode ser explicada principalmente pelas consequências econômicas da pandemia do novo coronavírus, como a inflação e o desemprego. “Os principais fatores são a grande perda de vagas, devido à pandemia. E não apenas isso, pois houve uma perda de rendimento real de diversos trabalhadores que mantiveram seus empregos. Isso é devido a uma alta inflacionária no último período, que está se acelerando agora ao longo de 2021”, declara.