A CoronaVac demonstrou uma eficácia de 50% em prevenir sintomas contra a variante de Manaus 14 dias após a primeira dose. O resultado foi visto em um estudo preliminar que observou trabalhadores de saúde da capital amazonense. A análise é a primeira a observar os efeitos da vacina em um local onde a P.1 da Covid-19 é dominante.
A pesquisa envolveu 67.718 profissionais de saúde que moram na cidade. O estudo ainda não foi concluído e vai observar a eficácia depois de segunda dose do imunizante. As informações foram divulgadas pela Folha de S.Paulo.
Julio Croda, coordenador do estudo, disse que os resultados mostram “que a CoronaVac segue sendo efetiva contra a nova variante do Brasil [encontrada em Manaus] e poderá ser usada no mundo todo contra as novas variantes do vírus.”
Variante de Manaus X CoronaVac
O pesquisador da Fiocruz ressalta que os 50% são contra o desenvolvimento de sintomas e não contra a infecção em si. Ou seja os vacinados podem contrair o vírus, mas as chances de terem sintomas são baixas.
Os cientistas acreditam que a variante de Manaus já está se tornando dominante no Brasil e esse cenário deve se repetir em outras partes da América do Sul, daí a importância da CoronaVac funcionar contra a cepa. As autoridades alertam que a P.1 pode ser muito mais transmissível do que a primeira versão da doença que chegou em território nacional.
A nova linhagem foi descoberta no Japão, após o país notificar que quatro viajantes brasileiros desembarcaram com sintomas de uma cepa ainda desconhecida da Covid-19. Segundo os japoneses, a P.1 possui 12 mutações, a principal delas na proteína que permite a entrada do vírus nas células humanas, assim como identificado nas variantes do Reino Unido e da África do Sul, que também são consideradas mais contagiosas.
O próximo passo do grupo de pesquisa em Manaus é observar o resultado em idosos e também verificar a eficácia do imunizante de Oxford/AstraZeneca.