Foto: Reprodução/PCRR

A Polícia Civil de Roraima (PCRR), por meio da Delegacia de Defesa da Infância e da Juventude (DDIJ), em ação integrada com a Guarda Civil Municipal (GCM) de Boa Vista, deflagrou nesta quarta-feira (25), a “Operação Final Fight”, com o objetivo de combater uma série de crimes praticados contra adolescentes na Capital.

De acordo com informações prestadas pelo delegado titular da DDIJ, Marcos Lázaro, a ofensiva conjunta teve como foco a repressão qualificada aos crimes de corrupção de menores, tortura, exploração sexual, fornecimento de bebidas alcoólicas e entorpecentes a adolescentes durante festas conhecidas como “rinhas”, além da organização de lutas clandestinas, os chamados “combates”, promovidas em vias públicas mediante apostas em dinheiro.

Durante a operação, foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva contra J. S. C., de 31 anos, e C. H. S. O., de 20 anos, além de dois mandados de busca e apreensão domiciliar na residência deles, localizadas no bairro Pérola. As ordens judiciais foram executadas por agentes da SIOP (Seção de Investigação e Operações) da DDIJ, com apoio do GTAM (Grupo Tático Municipal) da Guarda Civil Municipal.

Segundo o delegado Marcos Lázaro, a operação é fruto de uma investigação iniciada há 30 dias, após a identificação de conteúdos suspeitos em páginas nas redes sociais, criadas e alimentadas com perfis falsos pelos envolvidos. As páginas, com alto volume de acessos, comentários e compartilhamentos, eram utilizadas para atrair adolescentes para festas ilegais e divulgar os eventos de lutas clandestinas.

“Apesar de o tempo de investigação ter sido relativamente curto, o uso intensivo das redes sociais pelos criminosos nos permitiu reunir provas concretas e representar pelos mandados judiciais. Eles atuavam de forma estruturada, utilizando perfis falsos para enganar e atrair adolescentes”, explicou o delegado.

No momento das buscas, os policiais encontraram uma adolescente de 13 anos na residência de um dos investigados, C. H. S. O.. A jovem foi imediatamente resgatada e entregue à mãe. Conforme os elementos colhidos, a menor vivia em situação análoga a uma relação conjugal com o investigado, o que configurou crime de estupro de vulnerável, uma vez que a legislação brasileira considera ilegítima qualquer relação sexual com menores de 14 anos, independentemente de consentimento.

“Esse investigado, além de ter a prisão preventiva decretada, foi preso em flagrante por estupro de vulnerável. A adolescente vítima do crime foi resgatada e entregue com segurança à mãe”, reforçou o delegado.

Ainda segundo Lázaro, a operação marca um avanço no enfrentamento integrado à exploração de adolescentes.

“Ela demonstra que o enfrentamento ao crime exige integração entre forças e inteligência. Também serve de alerta à sociedade para os perigos dessas festas e lutas clandestinas que vêm se espalhando como febre entre jovens em todo o país”, destacou.

Nome da Operação

A operação recebeu o nome Final Fight em alusão ao clássico jogo eletrônico dos anos 1990, cuja temática envolve brigas de rua, remetendo simbolicamente à intenção de pôr fim a essa prática criminosa que vinha ganhando espaço na capital.

Durante as buscas, diversos aparelhos celulares e dispositivos de armazenamento foram apreendidos. O material passará por perícia e poderá revelar novas evidências, suspeitos e crimes conexos. A investigação poderá ter desdobramento com novas prisões.

Deixe seu comentário

Please enter your comment!
Please enter your name here