Antonio Denarium em Dubai, com tudo pago, defendendo a floresta e o clima. Foto: divulgação/assessoria

O governador cassado, Antonio Denarium (PP), precisa se explicar sobre as licitações vencidas por duas empresas que serão responsáveis por fazerem a operação “tapa-buraco” em estradas de municípios do interior do estado. Os dois contratos somados passam de R$ 400 milhões. Isto mesmo, o montante é destinado somente a duas empresas.

Nas últimas semanas, desde a ratificação de sua cassação no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RR), o governador iniciou uma verdadeira operação “torneiras abertas” com o orçamento estadual. De pedidos de empréstimo que endividarão o Estado para os próximos dois governos, até contratar sem licitação a produção multimilionária da Expoferr. O chefe do Executivo agora tem perdido a mão quando o assunto é elencar prioridades orçamentárias e dar sequência a suas obras, quase que totalitariamente paradas.

Para fechar a folha de pagamento da Sesau neste mês, teve que pegar dinheiro da Polícia Civil, da Casa Militar, da Seplan e da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado. A pasta que tem um orçamento anual de R$ 1 bilhão, segue sendo alvo de derramamento de dinheiro sem nenhuma melhoria aparente ao usuário do sistema, muito pelo contrário. As reclamações de falta de insumos e de pagamentos a fornecedores da Sesau só aumentam, exponencialmente.

Além disso, há contratos que mudaram de valor inexplicavelmente junto a Secretaria de Saúde do Estado, como o da empresa ligada a um senador que embolsará R$ 8 milhões para prestar serviços ao governo. Incialmente seriam R$ 30 milhões, depois mudou-se inexplicavelmente para R$ 56 mi… e terminou em R$ 8 milhões após alegação de um “erro”. E o cerco vai se fechado, a medida em que os nomes por trás dos prestadores de serviços chegam aos órgãos fiscalizadores, como o Ministério Público e o Tribunal de Contas.

É empresa ligada a deputado, outra a um senador, uma cunhada ali, outra acolá, e assim o governador gere os recursos públicos de maneira irresponsável e pouco transparente, com pouca efetividade na qualidade do que é entregue, e, pior, elencando prioridades que não estão mudando a vida de nenhum cidadão para melhor, basta olhar os serviços que têm sido entregues: maternidade de lona, escolas sucateadas, feiras não terminadas, estradas vicinais destruídas, e uma máquina estatal que só beneficia a poucos e seletos grupos.

O homem que mantém apoio irrestrito ao garimpo, ao crescimento desordenado do agronegócio, e que já até foi multado por crime ambiental, passou os últimos dias em Dubai, nos Emirados Árabes, para defender a Amazônia e discutir o clima… caravana completa, com tudo pago pelo governo, incluindo as diárias.

A toque de caixa, o governo de Roraima prova mais do mesmo: um messias que prometeu mudar a vida de todos para melhor, e que no fim das contas, ao apagar das luzes, mostra realmente a que veio.

O verdadeiro governo de Antonio dano-ao-erarium, justificando o apelido no título desta coluna.

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