Ciente da grande possibilidade de manutenção de sua condenação pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RR), junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o governador cassado Antonio Denarium (PP), colocou fim aos planos do senador Mecias de Jesus (Republicanos) de disputar o governo de Roraima quando for a hora das eleições suplementares. Pelo menos Mecias não concorrerá com o aparato do Estado.
A ideia do senador era liderar a frente para não deixar que o poder saísse das mãos do grupo fragmentado. Com Denarium em queda livre, esta seria sua hora perfeita de ascensão. Em vão. Rapidamente, ao perceber o plano de Mecias, Denarium, apegado ao poder, utiliza-se da mesma tática empreendida em uma campanha imoral para a eleição de sua esposa a uma vaga vitalícia no Tribunal de Contas do Estado (TCE-RR), este ano. Quer lançar Simone como sua sucessora no Palácio Hélio Campos.
Certos de que nem Simone permanecerá no TCE, nem o próprio governador estará a salvo da perda do cargo, o casal resolveu apostar suas fichas neste plano de eleição de Simone ao governo. A situação de Simone Denarium no Tribunal aguarda análise dos órgãos competentes e da Justiça. A primeira-dama do Pará, Daniela Barbalho, igualmente empossada na Corte de Contas daquele estado, teve sua nomeação anulada pela Justiça, o que deve ocorrer por aqui, com a primeira-dama, nos próximos capítulos.
É importante lembrar que a defesa de Simone Denarium alegou que não havia comprovações suficientes que ligassem ela ao próprio marido, Antonio Denarium. Nem o casamento, nem as declarações e homenagens, tampouco a vida familiar pública foi levada em consideração pela Assembleia Legislativa de Roraima na hora de escolher a opção que apresentava o currículo mais distante dos requisitos inerentes ao cargo.
A nomeação em si ocorreu em um esquema previamente combinado entre o governador e o presidente da Assembleia Legislativa de Roraima. Denarium viajou, o vice-governador se ausentou, e o deputado Soldado Sampaio (Republicanos) assinou o decreto em favor de Simone, enquanto governador interino. É com ele que Mecias conta. É ele a carta na manga do senador.
Com a saída de Denarium, Sampaio assumirá o governo e estará então com a máquina na mão, durante a campanha suplementar. É a essa ideia que o senador tem se apegado: ele acha que será capaz de trazer Sampaio, que é de seu partido, para perto de si, havendo a reviravolta necessária para que ele pudesse concorrer. Ledo engado do senador. Sampaio é fiel a Denarium, e não a Mecias. Não acompanhará nenhuma decisão do senador que não seja previamente acordada com o governador.
Restará a Mecias se conformar e acatar a decisão do governador cassado, e apoiar o nome de Simone, na hora certa. Até lá, o senador não se colocará sob o risco de perder o grandioso espaço já conquistado dentro da estrutura governamental e saberá evitar suas rebeldias, pelo menos nos próximos tempos. Se agir, o fará paralelamente, em seu curral.
Uma campanha que começa a ser desenhada nos bastidores, desde já. Marqueteiros, especialistas em coisa alguma que aconselham o governador, temem o furacão Teresa Surita (MDB), e acreditam que agora, com os olhos fixos da Justiça Eleitoral em torno de uma nova eleição, somente Simone seria capaz de enfrentar a ex-prefeita da capital. Em condições lícitas de igualdade para a disputa, sem compra de votos, a vitória da MDBista seria esmagadora.
A movimentação no palácio é para que se inicie uma campanha para a mudança de perspectiva sobre a primeira-dama, ainda que ela continue ocupando a cadeira do TCE. A imagem de mulher simples, do campo, mãe presente, esposa meiga, dona de casa, Conselheira de Contas, primeira-dama e mulher do povo, começa a ser esboçada.
Na outra ponta, segue a temida ex-prefeita. Intocável. Colhendo frutos reais de um trabalho desempenhado ali atrás. Homenageada no Congresso Nacional por suas políticas públicas que têm se mostrado eficazes. Experiente, eficiente, não-aventureira, e com a sobriedade necessária para colocar a casa em ordem.
Essa campanha será histórica.
🎵De mulher pra mulher, Te-re-saaa.
