Governador Antonio Denarium (PP) e senador Mecias de Jesus (Republicanos). Foto: arquivo/Secom RR

O senador Mecias de Jesus (Republicanos) perdeu a primeira queda de braço contra o governador Antonio Denarium (PP): foi a da indicação ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-RR). Ainda que com o mundo girando contra ela pela falta de currículo e ausência absoluta do principio da moralidade nesta escolha, a primeira-dama do estado, Simone Denarium, foi a mais votada em um placar esmagador entre os deputados estaduais: 17 para ela, contra 4 para Jorge Everton (incluindo o seu próprio voto).

A partir disto, não restou nenhuma dúvida quanto ao posicionamento do presidente daquele Poder, deputado Soldado Sampaio (Republicanos), perante o líder de seu partido. As portas deverão começar a se fechar muito em breve para o senador republicano, e seus espaços serão reduzidos até o completo rompimento com o governo e com a Assembleia.

Sampaio, obediente soldado de Denarium, que comandava a comissão que analisou o currículo dos cinco candidatos a vaga selecionada para Simone, bem que tentou apaziguar os ânimos, travou o andamento da escolha, e não atendeu aos pedidos do Ministério Público de Roraima (MPRR), para que retirasse a primeira-dama do páreo, por falta de currículo e por ser sócia de uma empresa de empréstimos.

A justiça indeferiu ainda um pedido contra a candidatura de Simone sob a alegação de que não havia vínculo dela com o governador. Pouco ensaiado, Soldado Sampaio até gaguejou na hora de parabenizar Simone pelo novo job. Chamou-a de “Simone Dena… SOUZA”. Ratificando assim a opinião do juiz.

O assunto não pode ser dado como encerrado, até porque existem contestações muito similares as daqui, em outros estados, sob júdice do Supremo Tribunal Federal (STF). A primeira-dama do Pará, Daniela Barbalho, teve sua nomeação ao TCE-PA anulada no mesmo dia em que Simone foi eleita pela Assembleia. Águas ainda devem rolar.

A justiça roraimense, a mesma que diz que faltam provas do vínculo de Simone com Denarium, também negou uma ação popular que pediu a votação aberta para a escolha da primeira-dama ao TCE. Os deputados agora não querem nem assumir que votaram nela, imagine a troco de quê. E assim caminha a Assembleia Legislativa.

Em terra onde boi voa, primeira-dama é quem julga as contas do próprio marido.

Próximos passos

Sampaio deixará o Republicanos pelo Progressistas, a convite de Denarium e de doutor Hiran. Disputará a prefeitura de Boa Vista no ano que vem apoiado pelo governador. Mas antes, deixará a Assembleia nas mãos de alguém da confiança de Denarium, nome este que não será mais o de Marcos Jorge (Republicanos), apadrinhado por Mecias. Na Assembleia, a força de Mecias de Jesus já é nula.

O senador também deve perder o comando da Caer nos próximos meses. Aos poucos, seus espaços de poder serão reduzidos dentro da estrutura de governo. Com poucos recursos, é difícil que consiga ser o cabo eleitoral de alguém sem grupo. Jorge Everton (União) deve aceitar sua proposta para a disputa da prefeitura. Seja contra Sampaio, na capital, ou a de Rorainópolis, que é a predileção do deputado.

O senador ainda fará um pente-fino no entorno de Doutor Hiran (PP), a fim de que seu primeiro suplente, J.R.Rodrigues, assessor especial de Mecias, assuma a cadeira do médico no Senado Federal. É bom Hiran se blindar. As nomeações da esposa e do filho do médico em cargos do primeiro escalão do governo Denarium, serão o primeiro alvo de um senador que agora se diz abandonado.

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