Antonio Denarium (PP). Foto: Secom RR.

Com direito a fogos de artifício, trânsito parado na avenida Brigadeiro Eduardo Gomes – ainda que, dentro do parque não houvesse tanta gente assim – o governador Antonio Denarium (PP), fez, novamente, um truque de faz de conta para dizer que tem trabalhado incansavelmente por Roraima: inaugurou uma calçadinha e uma quadra esportiva dentro do parque Anauá. Seis anos e R$ 14 milhões para isso.

Denarium parou o Parque Anauá com a história de que ia inaugurar uma obra faraônica. Como vimos, entregou uma pracinha de qualidade bem inferior as que já são dispostas pelos bairros da capital, uma quadra, e uma pista de corrida. Pagou para a ex-atleta Maurren Maggi participar da inauguração da pracinha, e determinou que os deputados aliados fossem ao parque e levassem seus correligionários  consigo. Nem assim deu o quórum esperado.

Depois das críticas pela entrega de uma obra muito aquém da prevista, o governador anunciou nesta terça-feira (19) que aquilo ali é só o começo. Outros R$ 130 milhões vão ser jorrados ali dentro do parque de etapa em etapa, até que fique pronto no ano de 2050, se for neste mesmo ritmo que a pracinha agora entregue.

Governo sem força

Depois que passou a campanha, o governador parece ter esquecido de priorizar sua maior bandeira: o agronegócio. Esta semana representantes da indústria arrozeira da Guiana, nossa vizinha, decidiram buscar apoio técnico e novas tecnologias junto ao governo de Santa Catarina, que prontamente atendeu às demandas do setor e pretende enviar representantes do agronegócio para sondar mercados e perspectivas no país vizinho.

Sem um governo estadual em Roraima que seja bom nas relações internacionais, e sem um porta-voz da rizicultura local atuante dentro da estrutura de governo, perderemos muitas outras oportunidades de negócios com nossos vizinhos, que preferem buscar apoio na outra ponta do Brasil.

Maternidade desabando

Não adiantou o Ministério Público recomendar ao governo de Roraima que acelere a obra de reforma da maternidade Nossa Senhora de Nazareth, que já dura anos, e que a Secretaria de Saúde parece levar a pagode. Choveu? Começou o mundo a cair tudo de novo, em um looping infinito. Como se já não bastasse a precariedade nas condições de atendimento, as gestantes precisam ficar correndo de um lado para o outro dos leitos, de acordo com o ritmo da chuva.

Nesta terça-feira, teve um acidente. A médica Eugência Glaucy, que já foi diretora da unidade, luxou o braço após cair em uma das poças d’água que se formam dentro da maternidade de lona, que de tão improvisada virou permanente. A médica foi atendida pelos colegas de plantão e ficará afastada enquanto se recupera da queda. Que vergonha para a Sesau. E se uma paciente cai, perde o bebê, a culpa é de quem?

Violência nas escolas

O prefeito de Boa Vista, Arthur Henrique (MDB), deu resposta rápida à questão da segurança nas escolas. Agiu como um gestor de verdade: fechou investimentos necessários para o monitoramento 24 horas de todas as unidades de ensino que também contam com o apoio da Guarda Civil Municipal e de vigilância patrimonial privada. Agora, toda escola é monitorada em tempo real em uma central gigante de acompanhamento.

Enquanto isso, no Governo do Estado, o clima é de completo terror em algumas escolas públicas. Sem que a secretaria defina as recomendações necessárias e as soluções que devem ser adotadas, o governo ainda não conseguiu avaliar o que pode ser feito para dar tranquilidade aos pais e servidores da educação. As ameaças não cessaram em algumas unidades de ensino e os profissionais temem o aumento da evasão escolar, já que nem o governo do Estado sabe o que precisa ser feito. O programa “Polícia nas escolas”, agora anunciado, foi criticado pelos deputados estaduais na sessão plenária desta terça. “Não tem efetivo nem na rua, imagine para colocar dentro de escola”, disparou Aurelina Medeiros (PP).

Insuficiência Energética

O apagão do último sábado (15) serviu para calar a boca de quem diz que Roraima é um estado confiável para a indústria se desenvolver. Sem que o governador do Estado nem os deputados estaduais tenham dito sequer uma palavra sobre as horas de prejuízos e transtornos causados pela má prestação do serviço de energia elétrica, o assunto chegou a Brasília como uma bomba. Se Denarium já era tido como um gestor de pouco proveito, na esfera federal, ficou nítida a completa falta de planejamento a qual a população desse estado vive submetida, por falta de força política de quem está a frente do Poder.

Por intermédio de Brasília, Jaguatirica II foi acionada enquanto o Sistema Elétrico Nacional e a Aneel investigam as causas do apagão. A Roraima Energia só pede desculpas e manda a conta depois, caríssima. Questiono a finalidade das usinas que se instalaram por aqui, já como propaganda do governo atual: teve eólicas, de biodiesel, solares… cadê? Servem para atender exatamente a quem?

Com um serviço ruim, caro e instável, e um governo que pode ser definido pelas mesmas palavras, vai ficando cada vez mais difícil para o contribuinte que se vê  estagnando sua vida em razão da não prestação dos serviços mais básicos, como água e luz. Valeu o voto?

Este ainda se diz o “Governo do povo”. Do povo sem água, sem luz, sem internet, sem saúde, sem segurança dentro e fora das escolas, e sem o menor amparo estatal na hora em que mais se precisa da força do Estado.

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