Foto: Divulgação/TV Senado

O líder indígena Júnior Hekurari Yanomami confirmou, no Senado Federal, denúncia do site Metrópoles de que garimpeiros trocaram ouro por vacinas de Covid destinadas a indígenas Yanomami. O representante do povo originário participou de reunião de comissão que acompanha a crise humanitária em Roraima.

Ao ser questionado pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA) se sabia e confirmava as denúncias feitas na reportagem, Júnior Hekurari foi taxativo: “Sim, eu apurei, fui na comunidade onde começaram a denunciar. Eles confirmaram. A gente de saúde e os colegas trabalhadores também confirmaram”, afirmou.

Ainda segundo o líder indígena, as vacinas eram trocadas por cerca de 15g ou 20g de ouro, cada dose.

“Houve essa troca de vacina de coronavírus por ouro. Trocaram 20, 15g em troca de cada vacina. Têm garimpeiros casados com yanomamis, e eles confirmaram que os profissionais venderam a vacina de coronavirus pros garimpeiros”, disse Júnior Hekurari.

A denúncia de que garimpeiros subornaram servidores do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (DSEI-Y) para conseguir as vacinas consta em ofício da Hutukara Associação Yanomami, entidade que representa o povo indígena. O vice-presidente da associação, Dário Kopenawa, filho do líder Davi Kopenawa, estava ao lado de Júnior.

O documento foi enviado ao coordenador do DSEI-Y, ao secretário Especial de Saúde Indígena e ao Ministério Público Federal (MPF), em abril de 2021.

“Ainda em janeiro, fomos informados de que a então técnica de enfermagem do polo-base de Homoxi estaria desviando materiais do órgão, incluindo um gerador de energia e gasolina, em troca do ouro extraído ilegalmente no garimpo. Na mesma ocasião, fomos informados de que a funcionária do DSEI-Y estaria aplicando vacinas nos garimpeiros, igualmente em troca de ouro”, alertou a associação, à época.

 

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