Foto: Divulgação

Pelo segundo ano consecutivo, a Secretaria Estadual de Educação e Desporto (Seed) não consegue dar início ao ano letivo nas escolas do interior do Estado e nas comunidades indígenas. O início foi adiado para abril. No ano passado, o atraso no início das aulas foi tanto para as escolas da Capital para as do interior. No primeiro ano de governo havia a justificativa de que ainda estava tomando pé da situação e que recebera um sistema desorganizado.

Agora não há mais desculpa. Trata-se de um descaso  com  crianças e adolescentes que vivem em localidades onde o governo não tem interesse em agir com responsabilidade para solucionar os problemas não só no que diz respeito à educação, mas também em outros setores importantes que impactam na vida coletiva das pessoas.

Não se pode falar em inexperiência administrativa, pois quem está no comando da pasta são pessoas que sempre  estiveram em setores estratégicos de governos anteriores. A desculpa irônica é de que se trataria de um “calendário diferenciado” para o interior.  Isso não cola. São semânticas para desdenhar de uma parcela importante da sociedade, já vivendo longe da Capital, o centro do poder, e muitas vezes em comunidades isoladas devido a outros descasos.

Lideranças indígenas organizaram, na semana passada, um protesto contra o Governo de Roraima a fim de pedir concurso público para contratar professores destinados a escolas indígenas,  revelando uma das antigas mazelas do sistema educacional roraimense, que é a crônica falta de professores. Pelo que se constata, o problema deverá persistir diante da desorganização por parte do governo.

Alunos e professores de escolas interiorana e indígenas já sabem que irão dever reposição de aula e, para aqueles que vão prestar vestibular no fim do ano e fazer as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), um provável retardo em seus planos para o futuro.  Isso sem levar em conta a qualidade de um ensino caindo aos pedaços.

É irresponsável o que o Governo do Estado vem fazendo com a educação, principalmente com o ensino ofertado para o interior e comunidades indígenas. Parece algo orquestrado a fim de deixar quem mora distante da Capital sempre no déficit e no cabresto, já que a educação é a base de tudo para que uma sociedade vença  seus obstáculos e alcance cidadania plena. Os governantes sabem quanto menos instrução mais possibilidade de se criar currais eleitorais e bolsões de pobreza.

*Colunista

 

 

 

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