Papel de vitimização não cabe mais em tempos modernos (IMAGEM: DIVULGAÇÃO/GOOGLE)

A prefeita de Boa Vista, Teresa Surita (MDB), tem usado sua rede oficial favorita, o Twitter, para se passar de vítima e tentar fazer os internautas acreditarem que ela sempre é alvo de conspirações e injustiças, como se estivesse lutando sozinha contra tudo e contra todos. Essa é uma tática antiga da prefeita, desde quando aportou por aqui e se deu bem na política.

Naqueles tempos, na década de 1990, cada grupo político montava seu próprio veículo de comunicação, principalmente um jornal impresso. Ou comprava ou adotava um por meio de gordas verbas publicitárias governamentais ou mesmo bancando com dinheiro sujo. E disputavam a tapa uma cota na única rádio FM ou se aliava a quem detinha o poder de mando na emissora. Desta forma, a prefeita sempre usava seus preciosos veículos de comunicação para se passar de vítima.

Dava muito certo, porque a imprensa era “o” poder nas mãos dos políticos, no tempo em que internet era um sonho de ficção científica só possível em filmes sobre espionagem militar. Ao povo restava sobreviver no meio da guerra midiática que escalpelava os incautos que se metessem na frente. Quem quisesse acompanhar os fatos tinha que ler o jornal de cada grupo político para tirar alguma conclusão. Ou escolher a versão de um grupo e acreditar nela.

Demos um salto gigantesco nessas últimas décadas. As máquinas de datilografia e as de fotografia que precisavam de revelação foram substituídas por modernos equipamentos com suas telas que produzem textos e imagens por meio de pixel. E a internet surgiu como um instrumento que permite à opinião pública fazer valer justiça semântica ao termo, com opinião que pode ser postada a qualquer momento, sem censura prévia, além de poder se informar em várias fontes e monitorar as ações de quem está no poder.

Hoje nada mais passa oculto aos olhos da sociedade. Não há como engabelar as pessoas sem que possa ser desmascarado a qualquer momento, instantaneamente. E quem exerce funções públicas, especialmente os políticos eleitos pelo voto, precisa aprender que caminha em novos tempos, sob monitoramento constante e sujeito a contestações por parte de qualquer cidadão munido de um celular com internet e câmera de vídeo e foto. Críticas e contestações não significam perseguição, embora haja ódio e agressões gratuitas nas redes sociais.

A prefeita ainda pensa que Roraima está congelado no tempo, quando suas táticas midiáticas de se passar de vítima funcionava como açúcar em formigueiro. Absolutamente não. Teresa continua com todo o seu direito de espernear e chorar, como sempre fez, mas não cabe mais o papel de vitimização, de que é alvo de uma grande conspiração. O jogo político em tempos modernos é outro. Ou os políticos agem na competência e na honestidade, ou serão desmascarados pela própria opinião pública que não mais está sujeita ao que a velha mídia fazia.

*Colunista, idealizador do site www.roraimadefato.com.br

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