Foto: divulgação

Um ano e cinco meses após a obra ter sido inaugurada, a prefeita Teresa Surita (MDB) mandou duplicar a ponte que liga os bairros Cidade Satélite e Jardim Caranã, na Zona Oeste da Capital, no prolongamento da Avenida Parimé Brasil. A nova obra foi iniciada no mês passado. A coincidência é que a duplicação da ponte foi autorizada logo após o caso sobre a falta de transparência das obras de mobilidade ter se tornado polêmica na imprensa e nas redes sociais.

Tudo começou quando o vereador Linoberg Almeida (REDE) teve seus pedidos de informações negados pela Prefeitura, no ano passado. A partir daí, ele protocolou um mandado de segurança, na Justiça Estadual, pedindo acesso a todas informações a respeito do projeto de mobilidade, que consumiu R$65 milhões em recursos conseguidos por meio de empréstimo junto à Caixa Econômica Federal (CEF). O parlamentar quer saber se toda essa montanha de recurso foi mesmo aplicada no conjunto de obras que vem sendo divulgado pela prefeita de Boa Vista.

Apesar de o caso ter ganhado destaque devido à falta de transparência, no local da obra de duplicação da ponte não há placa indicativa para informar valor, fonte do recurso, objeto, nome da empresa licitada e data de início e término dos serviços. A nova obra segue o “padrão” de falta de informação que impede a fiscalização de recursos públicos. A confirmação da duplicação foi feita pela prefeita Teresa Surita (MDB), no início do mês, em um vídeo publicado em suas redes sociais, mas sem dar qualquer detalhe sobre valores e origem do recurso utilizado na obra.

No vídeo, a prefeita chegou a dizer que a ponte havia sido inaugurada há quase um ano e que haveria necessidade de duplicá-la devido ao grande fluxo naquela avenida, que serve para desafogar o tráfego na Avenida Carlos Pereira de Melo. No site da Prefeitura, consta apenas a informação de que “em menos de dois anos as obras estão sendo expandidas para beneficiar condutores e pedestres que trafegam pelo local”.

A divulgação no site municipal, postada no dia 02 deste mês, afirma ainda que serão construídos acessibilidade nos bordos da pista, calçada e espaço para passagem de pedestre com guarda corpo. Porém, esses detalhes já existem na atual ponte e terão que ser demolidos para depois serem construídos outra vez quando a duplicação for concluída, indicando um flagrante desperdício de recurso público.

SEM TRANSPARÊNCIA – Como falta transparência nas obras de mobilidade urbana, não existem informações no Diário Oficial do Município nem no site da Prefeitura sobre os processos para construção das pontes no Cidade Satélite, ambas sobre o Igarapé Caranã. A Avenida Parimé Brasil tem quatro pistas de rolamento, duas em cada mão, mas vai afunilando por causa da ponte estreita que foi construída lá, com apenas uma pista de rolamento em cada mão.

Caso semelhante ocorre com a ponte da Avenida Padre Anchieta, que liga o Cidade Satélite ao bairro Jardim Primavera. A ponte também é estreita e obriga o tráfego a afunilar, o que já provocou acidentes por causa disso antes mesmo de a obra ter sido inaugurada, em junho do ano passado. O afunilamento da pista por causa das pontes estreitas é facilmente observado por quem trafega por esses locais.

Sem informações detalhadas sobre recursos aplicados e obras realizadas, ninguém consegue saber se a obra de duplicação da ponte na Avenida Parimé Brasil está sendo feita dentro dos R$65 milhões oriundos do empréstimo junto à Caixa ou se com recursos de outra fonte dos cofres municipais. Também não se sabe se no projeto original já constava ou não uma ponte com quatro pistas de rolamento. 

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