Suely Campos (PP), governadora não reeleita de Roraima. Foto: Facebook

Ela diz ter tentado. Suely Campos (PP) passou quatro anos chefiando o Executivo roraimense, remando contra a maré. Houve herança de débitos, houve aumento populacional e houve crise econômica e migratória. O que, ainda assim, por si só, não justificaria a decadência da gestão. Tomo aqui a liberdade de comparar o governo de Suely com o do “governador-bomba” do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (MDB). Mas, acredite, ela conseguiu fazer pior. Sim, digo isso porque, proporcionalmente, Pezão arrecadou menos do que Suely. O dinheiro faltou no caixa dele. No dela, sobrou. A arrecadação do governo de Roraima ultrapassou algo em torno de 400 milhões de reais, agora em 2018. E se tem mais dinheiro do que o previsto, como é que a conta não foi paga? Explico. Contrariando a lei de responsabilidade fiscal, Suely contratou mais gente do que o permitido. Agora não consegue pagar. Agora, aos 45 do segundo tempo, Suely, e depois de amargar a terceira colocação do último pleito, demitiu quase mil servidores comissionados, em uma tentativa de se livre da responsabilidade da lei.
Mas se era tragédia anunciada, que correu os quatro cantos desse estado, quem deveria alardear, assim não o fez. Os órgãos fiscalizadores deveriam ter essa resposta. Não têm. Suely vai sair sem pagar a conta. Os salários atrasados dos servidores é a prova concreta de que esse barco afundou. Sem dinheiro, Denárium tem um desafio infinitamente maior do que aquele que ela própria encontrou em 2015.
Quem administra um lar tem a noção de que pra se fazer o almoço, primeiro é preciso fazer o rancho. Para ligar o fogão, tem que ter gás. Para usar a panela, ela tem de estar limpa. E para comer, a norma geral é que use talheres. Suely fez o rancho fiado, não deixou nem lenha pro fogão, as panelas estão furadas e quem estiver com fome, que coma com as mãos.
Ela diz sair de cabeça erguida, após a derrota nas urnas, em outubro, mas isso também não faz nenhum sentido. Só se tem orgulho daquilo que foi bem feito. Quanto aos erros, o mínimo a se fazer é pedir perdão.

Deixe seu comentário

Please enter your comment!
Please enter your name here