O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, anunciou neste sábado (8) que o Ministério Público venezuelano está aguardando que a Interpol ative um alerta vermelho contra o opositor Juan Guaidó, acusado de diversos crimes.
De acordo com Saab, as acusações contra Guaidó envolvem “perdas provocadas pela má gestão” da empresa CITGO, uma filial da estatal Petróleos da Venezuela (PDVSA) nos Estados Unidos, da petroquímica Monómeros Colombo-Venezuelanos, além da alegada desvio de recursos destinados à ajuda humanitária na Venezuela, fornecida pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).
O procurador afirmou: “Solicitamos à Interpol um mandado de captura com alerta vermelho contra Guaidó, entre outros. Estamos aguardando sua concretização. Este é o momento ideal para que as autoridades dos Estados Unidos entreguem esse indivíduo, que demonstrou não só querer banhar nosso país em sangue, mas também zombar das próprias autoridades norte-americanas.”
Tarek William Saab fez essas declarações em entrevista ao canal estatal de televisão Telesur, destacando que apenas na CITGO foram desviados 19 bilhões de dólares. Ele também alegou que apenas 2% dos recursos enviados pela USAID para ajuda humanitária realmente chegaram à população venezuelana.
“É o momento de uma cooperação penal internacional entre os Estados Unidos e a Venezuela”, afirmou o procurador.
De acordo com informações da Telesul, a Venezuela tem 29 investigações abertas contra Juan Guaidó, que em 2019 se autoproclamou presidente interino do país, com o objetivo de afastar Nicolás Maduro do poder. Durante sete anos, os Estados Unidos teriam destinado 3,5 bilhões de dólares à oposição venezuelana para lidar com a crise humanitária no país.
No dia 7 de fevereiro, o presidente Nicolás Maduro declarou, durante um evento do Partido Socialista Unido da Venezuela, que esperava que, em breve, Juan Guaidó e outros opositores fossem levados à justiça. “Todo o dinheiro que roubaram da CITGO, da USAID, das contas bancárias e do ouro, somando tudo, daria 31 bilhões de dólares em espécie, notas sobre notas… Roubaram dos contribuintes dos Estados Unidos e das instituições norte-americanas, em nome do povo da Venezuela”, afirmou Maduro.
Segundo o jornal venezuelano *Últimas Notícias*, em 2019, o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela havia ordenado diversas medidas contra Guaidó, incluindo a proibição de deixar o país, a proibição de vender ou transferir seus bens e o bloqueio de suas contas bancárias e de outros ativos financeiros em território venezuelano.
Atualmente, segundo a imprensa da Venezuela, Juan Guaidó encontra-se asilado nos Estados Unidos.
