A Polícia Civil de Roraima concluiu, nesta segunda-feira (15), o inquérito que investigou o acidente ocorrido no dia 3 de julho em um parque de diversões instalado em uma praça de Rorainópolis. Na ocasião, a queda de uma estrutura metálica da roda-gigante deixou feridos um funcionário do parque, de 21 anos, e um adolescente de 13 anos.
De acordo com o laudo pericial do Instituto de Criminalística, a causa do acidente foi a ausência de um contrapino — peça metálica responsável por fixar a porca ao eixo da roda-gigante. Sem esse componente, considerado essencial para a segurança do brinquedo, a queda era inevitável.
A investigação também apontou que o engenheiro responsável pelo parque assinou a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) sem acompanhar a montagem da roda-gigante. Testemunhas afirmaram que, durante meses de funcionamento, nunca viram a presença dele no local.
Segundo o delegado Hans Hellebrandt, titular da Delegacia de Rorainópolis, houve falhas graves de segurança.
“O laudo pericial confirmou que o equipamento estava em razoável estado de conservação, mas a falta do contrapino foi determinante para a queda. Esse acidente poderia ter sido evitado com a instalação correta do componente de segurança”, destacou.
Durante os depoimentos, o responsável legal pelo parque, de 63 anos, admitiu que não havia alvará de funcionamento e reconheceu falha humana na montagem. Além dele, também foram ouvidos os dois homens responsáveis pela instalação da roda-gigante, além do engenheiro e das vítimas.
Com base nas provas e laudos, a Polícia Civil indiciou quatro pessoas pelos crimes de lesão corporal grave, previstos no artigo 129, §1º, inciso I, do Código Penal, considerando dolo eventual na conduta dos envolvidos. O caso agora segue para apreciação do Poder Judiciário.