Uma mulher de 26 anos, identificada como R.P.S., foi presa nesta segunda-feira (13) suspeita de abandonar a própria filha, a bebê Melinda Sofia Santos, de dois meses, que foi encontrada morta em um apartamento no bairro Jardim Equatorial, zona Oeste de Boa Vista.
De acordo com a Polícia Militar de Roraima (PMRR), a guarnição da 1ª Companhia do 2º Batalhão foi acionada por volta das 8h50 para atender uma ocorrência de abandono de incapaz resultando em morte. Ao chegar ao local, os policiais encontraram a criança já sem vida e com vários hematomas pelo corpo e rosto.
A mãe relatou que havia saído de casa por volta das 4h para comprar absorventes em uma distribuidora de bebidas, onde encontrou o ex-companheiro, identificado como H.C.S., de 36 anos. Segundo o depoimento dela, o homem teria ficado responsável por cuidar da bebê e recebeu as chaves do apartamento.
Por volta das 6h30, o ex-companheiro teria retornado ao bar, jogado as chaves em direção à mulher e mandado que ela voltasse para casa, antes de sair em uma motocicleta. Ainda conforme a PM, R.P.S. permaneceu na distribuidora consumindo bebida alcoólica e só retornou ao imóvel cerca de duas horas depois, acompanhada de D.S.S., de 24 anos, que relatou ter ouvido os gritos de desespero da mulher ao encontrar a filha sem vida.
O homem contou à polícia que também estava na distribuidora e presenciou uma discussão entre R.P.S. e o ex-companheiro, momento em que a mulher teria dado um tapa nele e exigido que fosse cuidar da filha. Após os depoimentos, uma equipe da Delegacia Geral de Homicídios e o Instituto de Medicina Legal (IML) foram acionados para os procedimentos de perícia e remoção do corpo.
H.C.S. foi localizado por volta das 10h30 e compareceu ao local após ser comunicado da morte. Ele afirmou à PM que passou parte da noite em bares dos bairros São Bento e Senador Hélio Campos, e que, após discutir com R.P.S., deixou o local e foi para a casa do pai, no Caranã. Segundo ele, não chegou a entrar novamente no apartamento da mulher.
Uma vizinha, de 32 anos, relatou aos policiais ter ouvido o choro intenso da criança durante a madrugada e, em seguida, um grito “muito forte, anormal”. Ela afirmou não ter visto o homem nas proximidades da residência.
Diante das informações colhidas no local, R.P.S. foi conduzida à Central de Flagrantes da Polícia Civil para as providências cabíveis. A causa da morte da bebê será esclarecida após laudo do Instituto de Medicina Legal.