Foto: Agência Senado

O senador Chico Rodrigues afirmou nesta sexta-feira (5) que o avanço de facções criminosas na Amazônia Legal exige resposta imediata do poder público. Em pronunciamento no Plenário, ele citou a atuação do grupo venezuelano Tren de Aragua em Roraima e declarou que a ausência de presença estatal abriu espaço para organizações nacionais e transnacionais, o que coloca em risco a soberania brasileira.

Ao comentar o cenário, o parlamentar alertou que a infiltração dessas organizações tende a se expandir sem mecanismos mais firmes de controle. Ele defendeu que o Estado desenvolva respostas rápidas e estruturadas para restabelecer a segurança da população.

No discurso, Chico Rodrigues repercutiu dados do estudo Cartografias da Violência na Amazônia, elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Segundo o levantamento, 344 dos 772 municípios da região já estão sob influência direta de 17 facções diferentes. O número representa 45% do território amazônico e um aumento de 32% em relação ao mapeamento de 2024, quando 260 municípios estavam identificados.

O senador destacou que o fenômeno não se limita à expansão geográfica das facções. Para ele, a ameaça envolve a estruturação de redes criminosas que se consolidam com apoio logístico, financeiro e social em áreas onde o Estado perdeu espaço.

Chico Rodrigues defendeu que o Senado aperfeiçoe o PL 5.582/2025, conhecido como PL Antifacção, enviado pelo governo federal e modificado pela Câmara dos Deputados. O senador afirmou que o texto atual fragiliza a atuação dos órgãos de segurança e que é necessário criar a figura penal da facção criminosa para fortalecer o enfrentamento.

O parlamentar disse que a proposta é essencial para dar base legal e instrumentos modernos às forças de segurança, permitindo desarticular a estrutura dessas organizações. Ele ressaltou, porém, que a repressão sozinha não será suficiente e que será necessário reconstruir a presença do Estado em áreas onde a criminalidade se consolidou.

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