A ministra Cármen Lúcia chega ao seu segundo ano na presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob pressão de colegas, advogados e observadores da corte para destravar a pauta de julgamentos e dar andamento a casos importantes de serem decididos antes das eleições de 2026.
Entre os principais casos parados está a manutenção no cargo do governador quatro vezes cassado de Roraima, Antonio Denarium (PP), cuja sessão que define o futuro dele no cargo foi suspensa há exatamente um ano, em agosto de 2024. Não há previsão de retomada desta sessão, também presidida por Cármem Lúcia.
Denarium foi cassado pelo TRE-RR por abuso de poder econômico nas eleições de 2022, por uso da máquina pública em favor da reeleição do governador e de uso de eleitoral de programas sociais. Ele nega.
No primeiro semestre deste ano, a corte eleitoral sofreu com sessões desidratadas, casos de pouca relevância e muitos julgamentos em lista -ou seja, em bloco-, deixando processos mais relevantes sem previsão de serem pautados. Procurada por meio da assessoria do TSE, a ministra Cármen Lúcia não se manifestou.
O TSE é composto de sete membros titulares, que ocupam os assentos de forma rotativa. Três integrantes são do STF (Supremo Tribunal Federal), como Cármen, dois do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e dois da chamada classe dos juristas -membros da advocacia.