A prefeita de Amajari, Núbia Lima (Progressistas) e a vice, Gleyce Mota, podem perder o mandato por abuso de poder político e econômico. Tramita no Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR) uma ação de investigação Judicial Eleitoral contra a prefeita reeleita pela coligação “Amajari para todos” (PP/Republicanos/PSDB-Cidadania), referente às eleições deste ano. De acordo com a coligação “Um novo futuro para o Amajari (PODE/PDT/MDB), autora da ação, a chapa da prefeita praticou crimes eleitorais que contribuíram para a reeleição.
Núbia Lima foi reeleita com 48,82 % dos votos válidos. Isso equivale a 3.127 votos. Em segundo lugar ficou o candidato Kleudison Wanderley (Podemos), com 45,98 %.
O processo aponta um aumento expressivo no número de eleitores registrados em Amajari, com suspeitas de transferência ilegal de domicílios eleitorais. Segundo a denúncia, o eleitorado cresceu de 6.019 em 2020 para 7.545 em 2024, um aumento de 25% que supera o crescimento populacional do município, evidenciado pelo último Censo. O candidato derrotado sugere que a manobra teve impacto decisivo no resultado, dado que Núbia venceu com uma diferença de 182 votos.
A acusação também inclui alegações de transporte ilegal de eleitores e compra de votos, com recursos financeiros supostamente gerenciados por aliados da prefeita. Kleudison afirma que há provas de transferências bancárias irregulares, listas de eleitores fraudados e vídeos documentando o transporte de eleitores de Boa Vista.
Ademais, a denúncia destaca a influência de figuras políticas de peso na campanha de Núbia, incluindo governadores e senadores, o que, segundo a ação, configuraria uma disparidade de condições entre os candidatos.
Kleudison Wanderley solicita a cassação do diploma de Núbia Lima e sua inelegibilidade, além de pedir que seja diplomado prefeito. A ação também requer a quebra de sigilo bancário de envolvidos e investigações sobre as transferências eleitorais. O caso lança luz sobre práticas eleitorais controversas em municípios do interior de Roraima.
Em nota, a prefeita negou as acusações. “Esclarecemos que não há quaisquer provas que confirmem a prática das condutas ilícitas descritas na ação. Durante o curso do processo, será devidamente demonstrado que todas as ações realizadas foram conduzidas dentro dos limites previstos pela Legislação Eleitoral. Reafirmamos que todas as condutas adotadas pela prefeita reeleita, no período eleitoral de 2024, foram pautadas exclusivamente na Lei, com total compromisso de lealdade e transparência para com a sociedade do Município de Amajari/RR. Confiamos que, no decorrer do processo judicial, toda a verdade será plenamente esclarecida”, informou.
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