Três policiais militares do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) foram alvos de uma operação de busca e apreensão nesta segunda-feira (3), por suspeita de envolvimento na morte do foragido Fabrício Soares da Silva, de 29 anos, em setembro de 2023. Os investigadores da Delegacia Geral de Homicídios (DGH) estão realizando buscas nos endereços dos policiais.
As investigações indicam que um dos policiais teria roubado o celular de Fabrício e entregue à sua namorada. Ela também é alvo da operação. Um cabo da PM, acusado de pegar o aparelho, foi preso na semana passada durante a operação “Quem pariu Mateus que balance”, que investiga policiais suspeitos de desvio de drogas apreendidas.
A DGH rastreou o celular de Fabrício e descobriu que a namorada do policial, dona de uma loja de celulares, vendeu o aparelho para uma jovem. As buscas fazem parte da quarta fase da operação Janus, que apura o envolvimento de policiais militares em atividades criminosas como grupos de extermínio, milícia, tráfico de drogas e forjamento de confrontos. As ordens de apreensão foram autorizadas pela juíza Lana Leitão.
Fabrício Soares da Silva foi morto no dia 9 de setembro, no bairro Senador Hélio Campos, em Boa Vista. De acordo com a DGH, ele foi atingido por pelo menos oito tiros. No relatório policial, os PMs informaram que receberam uma denúncia sobre a presença de um homem com mandado de prisão em aberto e foram até o local. Segundo os policiais, Fabrício teria empunhado uma arma e efetuado disparos contra a guarnição, o que teria motivado a reação com uso de força letal.
A perícia da Polícia Civil foi acionada no dia da ocorrência e a investigação foi iniciada pela DGH. Fabrício possuía um mandado de prisão em aberto por porte ilegal de arma de fogo. No local do confronto, o Bope afirmou ter apreendido uma pistola Glock G17, munições e porções de substâncias que pareciam ser maconha e cocaína.