Joenia e Rómulo Acurio. Foto: Ascom/Funai

No começo desta semana, o embaixador do Peru, Rómulo Acurio, se reuniu com a presidente da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), Joenia Wapichana, para discutir a retomada de Memorando de Intenções entre os dois países para o aprimoramento da política indigenista, em especial para as políticas de povos isolados e de recente contato.

O embaixador peruano explicou que o objetivo é adaptar e retomar o memorando de intenções assinado em 2014, com duração de dois anos, que não foi renovado. Segundo ele, a cooperação deve abordar pontos como localização, identificação e compartilhamento de estudos sobre os povos isolados e de recente contato. Além disso, o acordo deve prever ações voltadas à proteção territorial e direitos sociais.

Para Rómulo Acurio, a atuação da Funai em todo o território nacional é um fator fundamental que reforça a necessidade de uma parceria entre os dois países. “Um dos motivos da minha visita é indicar esse interesse peruano em desenvolver um vínculo de trabalho estreito com a Funai, tendo em vista o trabalho de larga escala com esses povos que vocês [Funai] realizam. O Peru entende que é indispensável avançar nos diálogos com o Brasil sobre os povos isolados”, pontuou.

A presidenta da Funai destacou a importância da parceria, em especial, para os povos que vivem nas regiões de fronteira.

“A gente tem muito interesse na construção desse acordo. Temos muito o que conversar, principalmente em termos de fronteiras, que a gente tem um desafio muito grande em termos de segurança, proteção aos direitos territoriais, à cultura, então tudo tem uma conexão”, disse Joenia, colocando a Funai à disposição para discutir políticas que beneficiem os povos indígenas.

Línguas indígenas

Na reunião, também foram discutidas ações voltadas à preservação das línguas indígenas. O Brasil contabiliza mais de 270 línguas, e o Peru, mais de 50. Por isso, a presidente da Funai e o embaixador peruano reforçaram a necessidade de uma troca aprofundada de experiências para assegurar a sobrevivência dessas línguas.

A ideia é promover um intercâmbio de conhecimentos, compartilhando os sistemas que têm funcionado em ambos os países. Entre outros pontos, a Funai defende que a proteção das terras indígenas é a principal maneira de garantir a preservação das culturas, tradições e línguas indígenas.

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