Lula e Maduro. Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discute com integrantes do governo a possibilidade de sugerir a realização de uma nova eleição presidencial na Venezuela como forma de resolver o impasse sobre o resultado do pleito de 28 de julho. A ideia foi levada ao petista pelo assessor especial da Presidência, Celso Amorim, ainda em caráter informal.

A proposta é que seja realizada uma espécie de 2º turno entre o presidente Nicolás Maduro (Partido Socialista Unidos da Venezuela, esquerda) e o opositor Edmundo González (Plataforma Unitária Democrática, centro-direita). O CNE (Conselho Nacional Eleitoral), controlado pelo governo, confirmou a vitória do chavista, mas a oposição alega fraude e diz ter sido a vencedora das eleições.

De acordo com assessores de Lula, uma nova eleição no país vizinho dependeria da ampliação da participação de órgãos internacionais e observadores estrangeiros. Também seriam negociados anistia para os atuais integrantes do governo chavista e a possível suspensão de sanções dos Estados Unidos e da União Europeia.

Há dúvidas, porém, se tanto Maduro quanto González aceitariam realizar o novo pleito já que ambos dizem ter sido vencedores.

A possibilidade de uma nova eleição na Venezuela deverá ser uma das pautas da conversa que Lula ainda pretende ter nesta semana com os presidentes do México, Andrés Manuel López Obrador (Movimento Regeneração Nacional, esquerda), e da Colômbia, Gustavo Petro (Colômbia Humana, esquerda). A reunião, por telefone, não foi realizada por incompatibilidade de agenda e por discussões internas em cada país.

Oficialmente, a posição da diplomacia brasileira ainda é pressionar Maduro pela divulgação dos boletins de urna, as chamadas atas eleitorais, com os dados desagregados. Passados 15 dias das eleições, porém, o governo brasileiro já admite que a estratégia não deve surtir efeito. Ainda assim, deve mantê-la, por enquanto.

Lula criticou o posicionamento de Maduro durante a reunião ministerial realizada na quinta-feira (8). Disse que, se o venezuelano não comprovar que foi de fato o vencedor da eleição, não poderá reclamar de ser chamado de ditador por outros países.

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