O número de mortes decorrentes do novo coronavírus (covid-19) subiu para 1.532 no país e o de casos, para 25.262. A nova totalização foi divulgada pelo Ministério da Saúde, que, durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto, apresentou pela primeira vez dados sobre o número de pessoas curadas. Partindo de estimativas adotadas em outros países, representantes da pasta afirmaram que o índice é de 55% dos casos confirmados, o que significaria um total de 14.026 pessoas.
Segundo as informações do boletim divulgado hoje (14), o total de óbitos marca um aumento de 15% em relação a ontem (13), quando foram registrados 1.328. São Paulo concentra o maior número de mortes (695), com mais da metade do total contabilizado na atualização. O estado é seguido por Rio de Janeiro (224), Pernambuco (115), Ceará (107) e Amazonas (90).
Também foram registradas mortes no Paraná (36), Maranhão (32), Minas Gerais (27), Santa Catarina (26), Bahia (22), Pará (19), Rio Grande do Norte (18), Rio Grande do Sul (18), Distrito Federal (17), Espírito Santo (17), Paraíba (16), Goiás (15), Piauí (oito), Amapá (seis), Sergipe (quatro), Mato Grosso do Sul (quatro), Alagoas (quatro), Mato Grosso (quatro), Acre (três), Roraima (três) e Rondônia (dois). Tocantins é o único estado onde ainda não houve morte.
A taxa de letalidade do país está em 6,1%, maior do que a registrada ontem, quando o índice foi de 5,7%.
O Brasil bateu o recorte de mortes em 24 horas: 204. Ontem, haviam sido contabilizados 105 óbitos e, no domingo, 99. No perfil das vítimas, 59,9% eram homens e 40,1%, mulheres. Do total, 73% tinham acima de 60 anos e 73% apresentavam algum fator de risco, como cardiopatia, pneumopatia, diabetes e doenças neurológicas.
O número de casos apresentado hoje (25.262) representa um crescimento de 8% em relação ao de ontem, quando o balanço do Ministério da Saúde registrou 23.430. No comparativo com domingo (12), quando foram identificadas 22.169 pessoas infectadas, o aumento significou 14%.
Os casos confirmados nas últimas 24 horas totalizaram 1.832, mais do que o contabilizado ontem (1.261). O resultado não foi o maior, pois, na última semana, houve um acrésimo de 2.210 novos casos às estatísticas na quarta-feira (8).
Hospitalizações
As hospitalizações por covid-19 totalizaram 4.926. No entanto, há 31.605 pessoas internadas com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em investigação, dependendo de testes para averiguar se são casos de infecção por novo coronavírus ou não.
No coeficiente de incidência (número de casos por 1 milhão de habitantes), Amazonas lidera (303), seguido por Amapá (281), Distrito Federal (209), Ceará (196), São Paulo (192) e Rio de Janeiro (186). Todas essas unidades da Federação estão mais de 50% acima da média nacional (111), e entram na categoria de “emergência”, de acordo com a escala do ministério.
As regiões com maior incidência foram identificadas em Fortaleza (608,2), São Paulo (523), Manaus e Entorno (436,7), área central, no Amapá, (369) e Rio Negro e Solimões (325,6).
Ocupação de leitos
O titular da pasta, Luiz Henrique Mandetta, anunciou a edição de uma norma que obriga os hospitais a comunicarem o nível de ocupação de seus leitos. Há cerca de duas semanas, a equipe do Ministério da Saúde havia informado que realizaria um censo sobre o tema, mas o secretário executivo da pasta, João Gabbardo dos Reis, disse que ainda há locais que não repassam a informação.
Com a obrigatoriedade, a promessa do ministério é de que o dado possa ser acompanhado diariamente. Este é um dos indicadores para a avaliação dos gestores estaduais e municipais para definir as medidas de distanciamento social. Segundo a nova orientação do órgão, estados e cidades que possuírem baixa incidência e tiveram pelo menos 50% dos leitos vagos poderiam migrar do isolamento ampliado para uma modalidade denominada seletiva, com retomada dos comércios e mantendo em casa apenas público de risco.
“O Ministério não determinou, a gente está criando critérios para que gestor possa ter de guia. Precisamos ganhar tempo para que os sistemas de saúde consigam se ampliar. Se o vírus se comportar aqui como se comporta em outros países, não queremos ver situação de drama que se repitam”, declarou Mandetta.
Testes e equipamentos
O ministro informou que foi aberto um chamado público para formar um grupo de laboratórios que produziria os testes (RT-PCR) de forma centralizada e coordenada em São Paulo e distribuiria para outras localidades. A intenção é produzir 3 milhões de testes, chegando a uma produção de pelo menos 30 mil por dia.
Questionado sobre o fato de outros países terem taxas de testagem maior em relação à população, Mandetta argumentou que o Brasil adotou essa estratégia no mesmo momento de Europa e Estados Unidos. “Mas quando você consegue para país com população menor, você testa mais”, justificou, em referência a nações menores, como as europeias.
Ele aventou a possibilidade de permissão de comercialização de testes rápidos em farmácias. “Vamos padronizar para que farmácias possam fazer. Temos aí várias ferramentas para aumentar este tipo de informação importante para tomada de decisão”, comentou.
Ciência e Tecnologia
O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Marcos Pontes, também anunciou medidas na entrevista coletiva. Uma delas foi a permissão, em caráter excepcional, de que emissoras de TV transmitam mais de uma programação por canal, a chamada multiprogramação. Assim, um veículo poderia ter uma faixa no canal 4, por exemplo, mas outras nos canais 4.1, 4.2 e 4.3.
O intuito da medida é permitir que emissoras possam transmitir teleaulas nos estados que decidirem contar com este tipo de recurso diante das dificuldades para concluir o calendário escolar em razão da suspensão de aulas, por causa da pandemia da covid-19. Pontes citou como o exemplo o Paraná, que já teria começado a transmitir as aulas pela televisão.
O ministro anunciou também um edital da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) de R$ 5 milhões voltados a projetos de fabricação de equipamentos de proteção individual e coletiva. Além disso, foram disponibilizados R$ 600 milhões em crédito para companhias que queiram ajustar sua produção para alguma nova área demandada pelo combate ao coronavírus, como equipamentos de proteção ou para profissionais de saúde.