Funcionários do Hospital Regional Sul, em Rorainópolis, afirmaram ao Roraima 1 que o governo do Estado não teve participação na implantação da sala semi-intensiva na unidade hospitalar, ao contrário do que foi divulgado no fim de semana passado. Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) rebateu a denúncia.
A instalação da sala só foi possível graças aos esforços dos próprios servidores com a ajuda de colegas de Manaus, segundo informaram os servidores à reportagem.
“A iniciativa partiu de enfermeiros, técnicos de enfermagem e de um cirurgião, que teve a ideia de criar a sala. Os colegas, então, tomaram a frente. A única participação do diretor [do hospital, Élson Alves da Silva] foi autorizar o fechamento das paredes que dão acesso ao local”, disse um servidor que preferiu não se identificar.
Ainda de acordo com ele, muitos colegas que trabalham nos hospitais de Manaus conseguem material para o hospital de Rorainópolis. “O Regional Sul não tinha suporte nenhum para receber um paciente em estado grave de covid-19”, destaca.
O funcionário ressalta ainda que o hospital precisa de mais aparelhos para atendimento de emergência. A enfermagem, conforme ele, sempre cobra do governo uma ambulância adequada, pois a que foi entregue não tem o suporte básico para transferência de paciente para a capital. Por esse motivo, a depender do estado de saúde, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) é acionado.
Sobre a montagem da sala semi-intensiva, ele assegura que quem esteve à frente foram duas enfermeiras vindas de Manaus. “O treinamento dos funcionários para combate à covid-19 foi realizado pelos profissionais que se dispuseram a montar a sala”, garante, acrescentando que, em nenhum momento, receberam treinamento de equipes da Sesau.
Outra servidora do Hospital Regional Sul reforça as informações do colega. Ela cita ainda a falta de material necessário para lidar com suspeitas de coronavírus.
“Trabalhamos aqui sem muito suporte. Faltam aventais, máscaras, não só a do tipo N95, a cirúrgica também. Álcool em gel chegou há pouco, mas não é suficiente. Não temos papel-tolha e quase sempre falta detergente para lavagem das mãos”, declara, acrescentando que, muitas vezes, água é misturada aos produtos para que rendam mais.
Um técnico em enfermagem reclama sobre o racionamento de itens no hospital, inclusive de equipamentos de proteção individual (EPIs).
“É tudo racionado. Se entregam uma máscara, a gente tem que assinar para confirmar que recebeu. E ela tem de durar muito, sendo que, no máximo, vale por três horas, como todos sabem. Trabalhamos porque gostamos da profissão, mas não somos felizes. Somos rejeitados pelo governo do Estado”, lamenta.
‘Somatória de esforços’
Em nota, a Secretaria de Saúde rebateu as denúncias dos servidores e informou que a reorganização do Hospital Regional Sul Ottomar de Souza Pinto é “uma das medidas adotadas pelo governo de Roraima para dar um atendimento mais digno à população do Sul do Estado”.
“Por conta da pandemia do novo coronavírus, havia uma necessidade de urgência de preparar o fluxo de atendimento da unidade da melhor forma possível e, entre as medidas adotadas, estava a implantação de uma sala semi-intensiva para pronta resposta ao surgimento de possíveis casos da doença em Rorainópolis e demais municípios da região”, destaca a secretaria.
Ainda segundo a nota, ao contrário do que foi informado na denúncia, “a sala foi idealizada graças à somatória de esforços de servidores, da direção geral do hospital e da própria Sesau, que inclusive teve a honra de receber enfermeiros aprovados no processo seletivo, com experiência em atendimento em UTI [Unidade de Terapia Intensiva], que se dispuseram a realizar o treinamento interno de todos os profissionais que já atuam na unidade.
Sesau, quando mais esse secretário(a) falar, mais afundará o governo, porque não aceitar o erro grotesco como este, de abandonar um hospital referencial da região Sul do estado em pleno surto, só porque não existe caso confirmado do vírus nesta região. Uma vez que aqui para o sul, somos recordados em época de campanha eleitoral. E por via das duvidas ainda tem muita gente cega pra isso.
O gerador do hospital passa do dia acionado também quando falta energia, mesmo quando esta retorna. Se não for por conta de um rapaz que ficou responsável de desliga-lo este mesmo passa o dia queimando diesel, este que por via das duvidas sai do bolso do contribuinte. Mais um descaso para a nossa Roraima.