A deputada estadual Joilma Teodora (Podemos), secretária especial da Mulher da Assembleia Legislativa de Roraima, registrou boletim de ocorrência, na manhã desta quarta-feira (10), após receber ameaças nas redes sociais.
O registro foi feito por meio da Delegacia Virtual, depois que a parlamentar passou a ser alvo de mensagens ofensivas em sua página oficial no Instagram. As ameaças ocorreram após a divulgação de uma nota de repúdio na qual Joilma cobrou das autoridades judiciais mais agilidade no julgamento do assassinato de Débora dos Santos Bezerra, ocorrido no município de Rorainópolis. O caso envolve, de forma preliminar, a suposta participação de um policial militar.
Segundo a deputada, a formalização da ocorrência tem como objetivo resguardar sua integridade física diante das intimidações recebidas. Na avaliação dela, as mensagens têm caráter velado de ameaça.
Na condição de secretária especial da Mulher da Assembleia Legislativa de Roraima, Joilma afirmou que não poderia se omitir diante do caso e justificou a manifestação pública como forma de apoio à família da vítima, que tem buscado justiça por meio dos veículos de comunicação do Estado.
A parlamentar também avalia que as ofensas têm motivação política e buscam causar instabilidade no trabalho desenvolvido à frente da Secretaria Especial da Mulher. Mesmo diante das ameaças, Joilma disse que seguirá exercendo o mandato e defendendo os direitos das mulheres.
Por fim, a deputada informou que a assessoria jurídica já foi acionada e está adotando as medidas cabíveis para acompanhar o caso.
Autora do comentário se manifesta
Após a repercussão das ameaças, a autora do comentário, Patrícia de Abreu Santos, publicou uma retratação formal nas redes sociais. No texto, ela reconhece que a frase utilizada — “Acho melhor dar uma seguradinha e conservar os dentes que tem na boca. Falar pouco é bom e conserva os dentes” — foi inadequada para o contexto e acabou sendo interpretada como ameaça velada.
Na manifestação, Patrícia afirma que a expressão teve origem em um meme popularizado pela cantora MC Mirella, mas admite que a utilização foi imprópria diante da natureza sensível da publicação, que cobrava celeridade no julgamento do policial militar Acrizio Silva Leite. Ela também cita que a repercussão do caso na imprensa evidenciou o desconforto causado.
Ainda na retratação, Patrícia declara que não teve a intenção de ameaçar, ofender ou intimidar a deputada estadual Joilma Teodora (Podemos-RR) e afirma que a menção ao meme foi feita de forma impensada, sem qualquer objetivo de intimidação.
Ela também ressaltou que o comentário foi realizado exclusivamente em caráter pessoal, sem qualquer vínculo com o escritório VR Sociedade de Advogados, destacando que não representa a instituição e que sua manifestação não pode ser associada à banca jurídica.
Veja a nota:

ALERR manifesta apoio à deputada
A Assembleia Legislativa de Roraima divulgou nota oficial em que repudia de forma veemente as mensagens com tom de ameaça dirigidas à deputada e titular da Secretaria Especial da Mulher. O Legislativo destacou que as reações ocorreram após Joilma cobrar maior rigor da Justiça e rapidez no julgamento do caso de Débora dos Santos Bezerra, assassinada em Rorainópolis, cujo principal suspeito é um policial militar.
No posicionamento, a Casa se solidarizou com a deputada e com todas as mulheres que enfrentam violência de gênero, afirmando que não admite qualquer forma de intimidação contra representantes eleitas ou contra quem defende o cumprimento da Justiça.
nota também mencionou que episódios como o de Débora se somam a outros casos de feminicídio no Estado e reforçou o compromisso da ALE-RR com a construção de um ambiente político seguro, respeitoso e inclusivo, assegurando que adotará todas as medidas necessárias para prevenir e combater violações dessa natureza.








