Região de Essequibo, em disputa. Arte: reprodução.

A Guiana deu sinal verde para o projeto marítimo Hammerhead, que promete transformar o país em uma potência petrolífera global. Aprovado nesta segunda-feira (22), o empreendimento prevê investimentos de cerca de US$ 6,8 bilhões (R$ 36,3 bilhões) da ExxonMobil e suas parceiras, com início das operações em 2029.

Com reservas estimadas em 445 milhões de barris, o campo deve iniciar a produção com 150 mil barris por dia (bpd). A projeção do Ministério de Recursos Naturais da Guiana é que, quando estiver totalmente desenvolvido, o país alcance 1,5 milhão de bpd — mais do que o dobro da produção atual, de 650 mil bpd.

O projeto está localizado no bloco Stabroek, no Atlântico, em águas próximas ao Essequibo, região disputada pela Venezuela. A área é considerada estratégica por analistas, pois coloca a Guiana em rota de competição direta com Caracas nas exportações de petróleo.

Segundo o governo guianense, o Hammerhead vai fortalecer a segurança energética e acelerar a industrialização do país. Já a ExxonMobil destacou que seus investimentos no setor petrolífero da Guiana devem ultrapassar US$ 60 bilhões (R$ 320 bilhões) com a implantação do novo campo.

A produção será feita a partir de uma plataforma flutuante de armazenamento e produção (FPSO), que está sendo construída pela japonesa MODEC. A estrutura será conectada a 10 poços de produção e oito de injeção de gás, transportado por dutos até o continente. Duas novas usinas — uma de 300 megawatts e outra de líquidos de gás natural — já estão em construção para dar suporte ao projeto.

Atualmente, ExxonMobil, Chevron (após adquirir a canadense Hess) e a chinesa CNOOC Petroleum extraem 650 mil bpd na Guiana, com planos de atingir 900 mil bpd até o fim de 2025.

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