De acordo com informações divulgadas pela imprensa internacional nesta segunda-feira (18), três navios de guerra americanos, equipados com mísseis guiados, devem chegar à costa da Venezuela nas próximas 24h. A movimentação ocorre após o governo norte americano dobrar para US$ 50 milhões a recompensa por informações que ajudem na captura do presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
A investida militar faria parte do cerco do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra cartéis de drogas na América Latina. Porém, de acordo com o cientista político Paulo Racóski, os interesses do presidente republicano é a exploração de petróleo em território latino-americano.
“Na verdade, o que está em jogo não é máfia nem droga – é petróleo, gás, hidrocarbonetos, e também minerais de terras raras que existem na Venezuela e que os Estados Unidos não estão conseguindo obter de outros lugares”, disse o especialista.
Apesar de parecer uma disputa isolada, o confronto direto entre os dois países pode acarretar em sérios problemas para o estado de Roraima, principalmente quando se fala em imigração.
“Em um ciclo de bombardeio, ou em qualquer ocorrência que se dê, até mesmo o princípio de uma guerra civil interna, a gente pode ter um deslocamento de mais de um milhão de pessoas na linha de fronteira, que é uma fronteira seca, as pessoas não vão ficar esperando mísseis”, disse o cientista político.
Ele ainda completou, afirmando que qualquer tentativa de limitar a entrada de pessoas pela fronteira pode resultar em ainda mais desastre.
“Não há controle para mais de um milhão de pessoas, mesmo caminhando, desarmadas, na linha de fronteira seca, a não ser que você, porventura, tentasse pará-las à força, usando métodos letais, enfim, o que também seria quase que impossível. Seria uma grande tragédia, e a certeza de que, se houver uma guerra civil, ou um bombardeio, ou algo nesse sentido, a gente vai sofrer muito mais do que já sofremos com a questão migratória”, afirmou.
Porém, apesar dos riscos, o especialista afirmou que por hora não há motivos para pânico.
“Esse é um risco real, só que, por enquanto, é só fogo de palha, como a gente diz, é uma encenação, é uma pressão psicológica, estratégica. Enquanto não houver nenhum disparo ou começo de guerra civil, é um risco imediato, iminente, mas, no momento em que ocorrer, aí sim, serão outras realidades que a gente vai estar vivo para ver o que vai ser, infelizmente, não vai ser algo muito fácil”, finalizou.
Resposta de Maduro aos navios
Em contrapartida as ameaças americanas, o ditador venezuelano mobilizou cerca de 4,5 milhões de venezuelanos chavistas em todo o país. A medida foi apresentada como estratégia de segurança, deixando os criminosos armados e preparados para qualquer ataque americano.