Após o susto que produtores do Brasil tomaram na passagem de mercadorias na fronteira com a Venezuela na semana passada, entidades ligadas ao setor produtivo informaram nesta segunda-feira (28) que a situação já está sendo normalizada e que as isenções tarifárias estão sendo retomadas.
Na sexta-feira (25), o regime de Nicolás Maduro surpreendeu o Brasil ao iniciar a cobrança de tarifas sobre importações brasileiras que poderiam variar de 15% a 77%, contrariando um Acordo de Complementação Econômica com a Venezuela de 2014 que autorizou o livre comércio entre os países e envolve quase todos os produtos importados.
“A Federação das Indústrias do Estado de Roraima (Fier) informa que recebeu, nesta segunda-feira, dia 28 de julho, comunicações extraoficiais de despachantes aduaneiros na Venezuela sinalizando o restabelecimento da normalidade no recebimento dos Certificados de Origem dos produtos brasileiros”, informou a Fier, em nota à imprensa.
“Segundo relatos, a instabilidade apresentada nos últimos dias teria sido ocasionada por problemas na infraestrutura de tecnologia da informação (TI) do sistema da aduana venezuelana”, acrescentou a entidade.
Na sexta-feira, a federação roraimense havia iniciado uma investigação interna sobre o assunto e acionado o Itamaraty sobre a questão.
“A Fier segue monitorando de forma contínua a situação, em articulação com representantes do setor produtivo e autoridades competentes, até que se confirme a total normalização do fluxo comercial entre os países”, acrescentou a Fier.
O presidente da Câmara Venezuelana Brasileira de Comércio e Indústria de Roraima e coordenador de Negócios Internacionais da Secretaria de Agricultura, Desenvolvimento e Inovação do governo de Roraima, Eduardo Oestreicher, confirmou que o tarifaço foi causado por um problema no sistema aduaneiro da Venezuela, que já foi resolvido.
“Conversei mais cedo com o presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Santa Elena de Uairén, que me passou informação que o sistema de importação da Venezuela foi ajustado. Então, foi uma questão de problema de sistema, e já está operando normalmente, recebendo as cargas, processando o certificado de origem e dando os benefícios tributários em cima do imposto ad valorem [sobre o valor]”, disse Oestreicher.
Os governos da Venezuela e do Brasil ainda não se pronunciaram sobre o assunto nesta segunda-feira.