Claudia Macero, Pedro Urruchurtu e Magalli Meda estavam asilados na embaixada da Argentina em Caracas - Luciana Taddeo/CNN Brasil

O governo brasileiro se manifestou oficialmente pela primeira na última quarta-feira (7) sobre a saída dos asilados venezuelanos da embaixada argentina em Caracas, tutelada pelo Brasil, confirmando não ter conseguido que a Venezuela concedesse salvo-conduto aos opositores.

Em nota, o ministério das Relações Exteriores também confirmou que somente soube da retirada dos cinco asilados na terça, dia em que a mesma foi anunciada pelo governo de Donald Trump.

A revelação foi feita pelo secretário de Estado Marco Rubio, que afirmou que os integrantes da equipe da líder opositora María Corina Machado, alvos de mandado de prisão em seu país, foram “resgatados” e que já estavam em solo norte-americano.

Não há detalhes de como os asilados saíram da embaixada argentina, onde estavam refugiados desde março do ano passado, e da Venezuela, mas tanto Rubio como Machado falam na realização de uma “operação” de retirada. A oposição venezuelana também afirmou que o procedimento gerou “surpresa” no regime de Nicolás Maduro.

O Itamaraty, por sua vez, ressaltou em nota que vinha negociando junto ao regime de Maduro para que as necessidades básicas dos asilados fossem atendidas. Durante os meses em que os opositores estiveram na embaixada, autoridades venezuelanas impediram a livre entrada de água, alimentos e até de remédios no local.

“O Brasil trabalhou pelos canais diplomáticos no sentido de solucionar a situação na residência”, diz o comunicado do governo brasileiro.

O Itamaraty também afirmou que vinha gestionando o pedido de salvo-conduto para os opositores – nunca atendido – desde abril do ano passado, antes mesmo de assumir a representação dos interesses da Argentina na Venezuela, após Maduro expulsar o corpo diplomático de Javier Milei do país.

“As reiteradas gestões não foram atendidas, o que prolongou a difícil situação humanitária na residência da embaixada argentina em Caracas, que se encontrava cercada por forças de segurança. O anúncio da saída põe fim a esse episódio e ao drama vivido pelos asilados durante mais de 400 dias”, conclui o comunicado.

Já o porta-voz do governo argentino, Manuel Adorni, disse que houve uma “operação de extração” dos asilados da embaixada e que “não houve negociação”. O regime de Nicolás Maduro ainda não se manifestou sobre a saída dos opositores.

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