Coronel Miramilton e Coronel Valdeane, da Polícia Militar de Roraima. Fotos: divulgação/PMRR

A exoneração da subcomandante-geral da Polícia Militar de Roraima, coronel Valdeane Alves, primeira mulher a ocupar o cargo na instituição, foi motivada pela discordância da permanência do Comandante Geral da Polícia no cargo. Ela foi exonerada na terça-feira (19) pelo governador cassado, Antonio Denarium (Progressistas) após dois anos e meio no cargo.

O comandante-geral, Coronel Miramilton de Souza, é investigado pela Polícia Federal por suposta participação em esquema de venda de armas e munições, ilegalmente. Em operação deflagrada no fim do mês passado, as investigações revelaram que policiais da ativa se uniram a criminosos para realizarem roubos, extorsões, torturas e execuções de garimpeiros, além de assassinatos sob encomenda ligados à disputa por terras no estado. O esquema ainda oferece, de acordo com as investigações, serviços de segurança, escolta e munições a outros grupos de invasores que trabalham no garimpo, além de coletes à prova de bala. Uma verdadeira milícia instalada na corporação.

Obviamente o coronel nega todas as acusações e, apesar das provas levantadas pela Polícia Federal, diz que não tem nada a ver com a história.

O mesmo aconteceu no caso de assassinato do casal de agricultores Jânio Bonfim de Souza, 57, e Flavia Guilarducci, 50, ocorrido em abril deste ano. O segurança do governador,  Helton John, preso por participação no crime, disse em depoimento ao Ministério Público de Roraima que tanto o governador do Estado quanto o comandante-geral da PMRR, tinham conhecimento do caso e que tentaram encobrir as causas e mandantes. Foi dito em depoimento que Coronel Miramilton, inclusive, teria aconselhado Helton John a “se livrar” do celular usado por ele, na época do crime. Algo que Miramilton também nega.

Com base no depoimento de Helton John, em 27 de junho, o MPRR pediu autorização da Justiça de Roraima para a Polícia Civil desmembrar o inquérito com o intuito de apurar a suposta interferência na investigação por parte do governador Antonio Denarium e do comandante-geral da PM, coronel Miramilton de Souza, por possuírem foro privilegiado.

Diante de casos tão graves, o clima no alto comando da Polícia Militar de Roraima ficou insustentável e, em um governo sério e decente, coronel Valdeane seria a substituta imediata de Coronel Miramilton, pelo menos enquanto durassem as investigações. Com medo que isso acontecesse, foi ele próprio quem pediu a cabeça dela para o governador.

Assim como ocorre com a Secretária de Saúde de Roraima, Cecília Lorezon, Antonio Denarium também não consegue se livrar do comandante-geral da PMRR. É refém de ambos, já que eles sabem coisas demais sobre o governador. Haja o que houver, permanecerão em seus cargos enquanto Denarium se mantém sob força de liminares no Poder.

E as malas continuam sendo levadas aos montes, por Disney Mesquita, mês a mês, até Brasília.

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