A queridinha do grupo de Antônio Denarium (PP) e Mecias de Jesus (Republicanos), a deputada estadual Catarina Guerra (União Brasil, por enquanto), teve o nome confirmado para representar a oposição contra o atual prefeito, Arthur Henrique (MDB), nas eleições deste ano. Com qual currículo, não me pergunte.
Política de segunda legislatura, com pouquíssimo trabalho a mostrar em cinco anos de Assembleia Legislativa, Catarina entenderá este ano que política vai muito além de boas intenções. E de dinheiro pra campanha. Sem conseguir sequer segurar uma entrevista ao grupo Folha sem que as respostas viessem escritas pelas mãos do secretário de Comunicação do governo do Estado, a filha de Chico Guerra mal começou a engatinhar quando o assunto é “aliança versus intenções”.
Mantendo respeito pela lisura de seu nome (até então), entendo particularmente que Catarina foi jogada aos leões. A decisão foi unânime entre o grupo governista, mas não pelo potencial político da iniciante, mas sim, pelo seu poder de concordância às ordens superiores. É tida no grupo como alguém confiável, por sempre dizer “sim” ao govenador ao presidente da Assembleia. Quem não oferece resistência, é bem quisto na cúpula. Os que oferecem, são automaticamente escanteados, como ocorreu com nomes mais experientes e que se dispuseram a negociar com os poderosos chefões.
Catarina não tem muito o que perder. Não injetará recursos próprios em sua campanha, e nem perderá a vaga na Assembleia, caso saia derrotada. Para destronar um gestor com os maiores índices de avaliação entre capitais do país, o mínimo que se espera é alguém que mostre que sabe fazer melhor. Não temos.
O currículo
O que foi que a deputada fez que mereça a atenção do eleitorado? Analisando os projetos de lei de sua autoria que foram aprovados, não conseguimos daqui elencar um único, que tenha acarretado em uma mudança significativa de vida para os roraimenses. Em sua biografia política, sua trajetória legislativa se resume à aprovação de 5 leis desde que ingressou na política.
Na área de ensino, podemos citar a Lei nº 1.428, criando o Programa Estadual de Educação Financeira para crianças e adolescentes nas escolas públicas. Outra Lei é a nº 1.470, que obriga a divulgação das rotas de transporte escolar pelo Poder Executivo. Oh!
É um direito de qualquer cidadão concorrer a um cargo público, quanto a isto, não me oponho. Mas convido você, leitor, a esta reflexão. Sem trabalho relevante algum para mostrar, sem a experiência necessária ao comando do Palácio 9 de Julho, Catarina foi o melhor nome que eles conseguiram pensar?
Quem não chora…
Os cabos eleitorais Mecias de Jesus (Republicanos) e Dr. Hiran (PP) ficaram em polvorosa após o PL Roraima anunciar a candidatura do ex-governador Frutuoso Lins à prefeitura, com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ontem, em Brasília, a dupla de senadores atrapalhados se reuniu com Bolsonaro para tentar reverter o apoio em prol da candidatura de Catarina. Ganharam tapinhas nas costas e sorrisinhos do capitão. A foto ficou linda.
Deilson Bolsonaro, presidente da sigla no estado, confirmou que o ex-presidente manterá seu apoio a Dr. Frutuoso.
É o que tem
Com o slogan ‘Eu & Ela’, Antonio Denarium tenta aproveitar a ficha-limpa da filha do ex-presidente da Assembleia, Chico Guerra, para surfar na onda de uma “honestidade” que a Justiça Eleitoral já provou que não existe. Catarina que se blinde para não ficar eternamente associada ao recordista de cassações, em outras caminhadas políticas. Junte-se ao bons, e melhor serás. Junte-se aos ruins, e aguente os respingos.
Que seja uma campanha limpa, pelo menos por parte da pré-candidata, já que, como vimos nas últimas eleições, de seu grupo, não podemos esperar muita coisa.
É preciso ter muito mais do que dinheiro para conseguir convencer a população da capital a mexer em time que está dando certo.
Boa Vista sabe o que é bom.