O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, garantiu ao presidente Lula (PT) que o país vizinho vai realizar eleições presidenciais no segundo semestre, mas não trataram da disputa de Maduro com a Guiana pelo território de Essequibo.
O líder venezuelano disse nesta sexta-feira 1º ter articulado um amplo acordo com partidos de oposição na Assembleia Nacional de seu país. Maduro ainda reforçou que haverá observadores internacionais e auditoria para garantir a lisura do pleito.
O encontro ocorreu à margem da 8ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em Kingstown, capital de São Vicente e Granadinas.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, também participou.
A realização das eleições livres na Venezuela tem sido motivo de preocupação após adversários políticos serem presos ou impedidos de disputar por decisões judiciais.
Em janeiro, os Estados Unidos retomaram as sanções ao setor de petróleo e gás da Venezuela após a deputada da oposição María Corina Machado ser inabilitada politicamente.
Cooperação
Na saída do evento, em rápida conversa com jornalistas, Nicolás Maduro definiu a conversa com o presidente brasileiro como “muito boa”.
Segundo ele, o diálogo serviu para “fortalecer a cooperação” entre as duas nações. Em 2023, o presidente Lula recebeu Maduro no Palácio do Planalto em visita oficial.
Mais cedo, em seu discurso na abertura da cúpula, o presidente Lula defendeu a integração entre os países latino-americanos e caribenhos para atingir objetivos em comum e dialogar com outras regiões do mundo.
“Se falamos como região, temos mais chances de influenciar os grandes debates da atualidade. Se atuamos juntos, criamos sinergias que fortalecem nossos projetos individuais de desenvolvimento”, resumiu Lula.