Foto: Divulgação

O juiz Laossy Amorim Marquezini converteu a prisão do casal Thiago Agles da Silva, 32, e Deliomara dos Anjos, 29, que estupraram e assassinaram a artista venezuelana Julieta Hernández, em prisão preventiva “para preservar a ordem pública”.

Em sua decisão, o magistrado afirma que Thiago tentou fugir. “Quanto ao custodiado Thiago Agles da Silva, há informação de que ele teria tentado se evadir do local, pelo que imperiosa sua prisão para a garantia da aplicação da lei penal”, determinou o juiz.

“Homologo a prisão em flagrante de Deliomara dos Anjos e Thiago Agles da Silva e a converto em prisão preventiva, o que faço para preservar a ordem pública”, escreveu o juiz Laossy Amorim Marquezini.

Dessa maneira, o casal, que ainda está preso na carceragem da 37ª Delegacia Interativa de Polícia de Presidente Figueiredo (AM), deve ser transferido em breve para o Presídio de Manaus.

O assassinato brutal de Julieta Hernández

De acordo com informações da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), um corpo foi encontrado no início da noite desta sexta-feira (5) na região da mata de Presidente Figueiredo, no interior do Amazonas. O cadáver estava próximo do local onde a polícia achou partes da bicicleta usada por Julieta Hernández, artista e cicloviajante que estava desaparecida desde o dia 23 de dezembro.

Agora, o Departamento de Polícia Técnico-Científico (DPTC) trabalha para identificar o corpo e confirmar se é da venezuelana Julieta Hernández.

Casal confessa assassinato

Segundo o delegado da 37ª Delegacia de Polícia, Valdinei Silva, o casal preso por suspeita de envolvimento na morte de Julieta Hernández confessou o crime.

O casal foi identificado como Thiago Agles da Silva, 32, e Deliomara dos Anjos Santos. De acordo com o depoimento prestado, ao qual o jornal A Crítica teve acesso, eles revelaram que o objetivo era roubar o celular de Julieta, que estava em uma rede do lado externo da casa deles, mas não deu certo e terminou com o assassinato da mulher.

Segundo o Boletim de Ocorrência registrado na 37ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP), na madrugada do dia 23 de dezembro, o casal queria roubar o celular da vítima, que estava dormindo na rede, fora da residência, quando foi acordada por Thiago, que, de acordo com o depoimento, estava alcoolizado e sob efeito de drogas.

O homem acordou a vítima e a ameaçou com uma faca e exigiu que ela entregasse o celular. Em seguida, ele arrastou a mulher para dentro da casa e lá ela revelou que o aparelho estava na rede. Deliomara foi até a rede e pegou o celular e, quando voltou para dentro da casa, o companheiro da mulher estava estuprando a vítima.

Com ciúmes, Deliomara jogou álcool em seu marido e na vítima e ateou fogo em ambos. Thiago apagou o fogo e saiu para buscar ajuda médica. Neste momento, a mulher agarrou a artista venezuelana e a enforcou com uma corda até a morte.

Por volta das 3h do dia 23 de dezembro de 2023, Deliomara, após matar Julieta, a enterrou em uma cova rasa e cobriu o corpo da vítima com vegetação e entulhos.

O casal foi preso na noite desta sexta-feira (5) após os policiais civis encontrarem os pertences de Julieta próximo da casa de acolhimento. O caso segue em investigação pela Polícia Civil.

Mobilização nas redes

O desaparecimento de Julieta Hernández gerou uma grande campanha nas redes sociais. A próxima parada dela seria em Rorainópolis, em Roraima, o que não aconteceu e causou estranheza entre os amigos e colegas de trabalho.

Por causa do sumiço de Julieta Hernández, uma campanha nas redes sociais foi iniciada para tentar obter informações da artista que estava desaparecida.

Julieta Hernández era integrante do Circo do Asfalto e do Circo So Ladies, que emitiu uma nota de pesar e lamento.

“Jujuba, infelizmente não encontramos você a tempo. Tudo isso nos mostra o quanto somos pequenos diante de tamanha brutalidade. Mas você, com sua gigante grandeza contida em seu nariz, nos ensinou que é preciso ter a coragem para seguir pedalando. Nos resta a memória do seu sorriso e sua vontade de viver”, diz parte do comunicado.

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