Casai-Y, em Boa Vista. Foto: reprodução/ Google Street View.

A Hutukara Associação Yanomami (HAY) emitiu uma nota de repúdio nesta quarta-feira (20) contra a violência sexual cometida contra uma criança indígena de 11 anos, ocorrida na última segunda-feira (18), nas proximidades da Casa de Apoio à Saúde Indígena
Yanomami (Casai-Y), zona rural de Boa Vista.

“Cobramos das autoridades governamentais a implementação de políticas de segurança e
medidas de proteção para crianças, adolescente e mulheres Yanomami dentro desta casa
que deveria ser um local de acolhimento saudável para pacientes e acompanhantes.
Uma das medidas é a construção de uma Casa de Apoio à Saúde Indígena somente para
as mulheres Yanomami”, diz a nota.

“A precariedade do espaço de acolhimento para os Yanomami e Ye’kwana, principalmente
com a super lotação, foi apontada pelo relatório Missão Yanomami, produzido pelo
próprio governo federal no início deste ano, ‘a CASAI em Boa Vista está superlotada, a
capacidade é de cerca de 200 pessoas e tem mais de 700’. Cerca de um ano depois, a
realidade continua a mesma. Se tem muita gente na cidade é sinal de pouco atendimento
de saúde nas aldeias”, segue.

“É fundamental um controle mais rígido da entrada de pessoas, não somente na unidade,
com a presença de patrulhamento policial ao seu redor, em razão da circulação constante
de não-indígenas no local, como taxistas e outros (necessário disponibilizar transporte
para as pessoas acolhidas na Casai). Muitos são os relatos de consumo de bebidas
alcoólicas, além de outras drogas como maconha e cocaína”, diz o documento.

Por fim, a entidade pede que o Ministério Público Federal (PMF) atue diante desses casos de “violência, descaso e abandono na Casai-Y, assim como organizações de direitos humanos”.

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