Foto: Jonathas Oliveira/ Semuc BV.

O preço de celulares e televisões podem ficar mais caros devido à seca no Amazonas. Estes produtos têm alta concorrência, baixa margem de preço e, por isso, os produtores podem precisar repassar aumentos dos custos de transporte ao consumidor final.

A seca no Amazonas está dificultando o transporte na Zona Franca de Manaus. A maior parte da produção da região é feita por meio dos rios e, com o nível baixo da água, houve a suspensão do transporte via navios. Há um problema de entrada de insumos e de saída e produtos prontos para a venda. O El Niño intensificou a seca característica deste período do ano na região e reduziu o nível de água nos rios.

Para driblar o problema, as fábricas estão buscando transportes alternativos, que são mais caros. Humberto Barbato, presidente executivo da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), afirma que produtos com a margem de preço mais apertada são os que correm mais risco de ter um aumento ao consumidor final. Os principais itens em risco são os celulares, televisões e, em alguns casos, computadores.

O setor evita repassar preços ao consumidor devido à alta competição, segundo Barbato. No entanto, ele afirma que alguns empresários podem ser obrigados a repassar o aumento para bancar os custos com logística.

As empresas estão tendo mais custos para enviar os produtos e para receber insumos. Barbato diz que as companhias estão trocando os navios pelos aviões — que são mais caros e carregam menos mercadorias por vez — e atrasando alguns prazos de entrega para lidar com a dificuldade de transporte.

Todo mundo evita aumentar preços, porque pode perder mercado para o concorrente, mas eu também não posso garantir para você que não vai haver aumento, porque, em função dessa grande competição, as margens são muito apertadas.
Humberto Barbato, presidente executivo da Abinee.

Mudança na logística
A seca fez o setor eletroeletrônico alterar a programação de produção. “Está acontecendo um problema que é o aumento dos custos de logística, porque tudo é motivo para o aumento de preço. Quando você tem uma dificuldade em algum mecanismo, automaticamente vai ter aumento de custo. Muita coisa que chegava por navio está tendo que chegar por avião, e aí aumenta sensivelmente os preços”, afirma Barbato.

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