Defesa Civil e brigadistas voluntários trabalham para controlar chamas na Serra do Tepequém (Foto: Reprodução/Defesa Civil do Amajari)

A principal região turística de Roraima – a Serra do Tepequém – que fica no município de Amajari, no interior do Estado, está coberta de fumaça devido a incêndios florestais que atingem a região desde setembro. Os focos queimam as montanhas, afugentam os animais e enchem o ar da serra de fumaça. Moradores temem que as chamas aumentem durante o período seco.

“É um desastre para mim. A vegetação já está escassa, o tempo está seco, com muita fumaça”, o relato é da professora aposentada Dianair Amorim. Ela é moradora da região, que é um dos locais turísticos mais visitados de Roraima, repleto de cachoeiras, um platô que chega a quase 1.022 metros de altura e pelo clima ameno durante a noite, proporcionado pelas serras.

Imagens mostram pontos turísticos da Serra do Tepequém cobertos por fumaça. Os registros também mostram a Defesa Civil de Amajari e brigadistas voluntários trabalhando para controlar as chamas.

Roraima enfrenta o período de seca, agravado pelo fenômeno El Niño, quando ocorre o aquecimento anormal do Pacífico equatorial. A condição climática tem piorado os focos e contribui para que pequenos focos de incêndio florestal em Tepequém aumentem. O principal incêndio foi registrado no dia 8 de outubro e se prolongou por seis dias.

O Corpo de Bombeiros Militar de Roraima (CBMRR) e a Defesa Civil de Roraima atuam no combate ao fogo desde a segunda quinzena de setembro. Em nota, a corporação disse que “apesar de os esforços dos bombeiros e brigadistas voluntários da região, os incêndios persistem, principalmente em locais de difícil acesso onde os combatentes não conseguem chegar”.

O Corpo de Bombeiros disse ainda que o Governo de Roraima trabalha para contratação de novos brigadistas no Amajari e que seguem monitorando a situação na região.

Focos
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou 11.161 focos de queimada na região Norte do País nos 16 primeiros dias de outubro. É o equivalente a 80% do registrado no mesmo mês de 2022, quando foram constatados 13.977 focos. O recorde foi em 2007, com 21.095 registros.

Roraima, com 237 focos em outubro de 2023, já ultrapassou a marca de 2022, quando foram verificadas 117 queimadas até o final do mês.  O Governo de Roraima anunciou uma série de medidas contra os efeitos da estiagem no Estado. A “Operação Verão Seguro”, iniciada nessa segunda-feira, 16, prevê a perfuração de poços artesianos para enfrentar uma possível crise no abastecimento de água e a contratação de 240 brigadistas para atuarem no combate aos incêndios florestais.

Amazonas, Acre e Rondônia também estão sendo afetados pela seca. O Amazonas já decretou situação de emergência em 50 municípios. No Acre, esse cenário abrange 22 cidades.

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