Duda Ramos (MDB) e Sheridan (PSDB). Foto: reprodução/ facebook

Com pouquíssima experiência na vida pública, bem mais calejado em derrotas eleitorais quando em comparação ao único êxito, o deputado federal Duda Ramos pensa em deixar o MDB e ingressar nos quadros do Podemos em Roraima. O objetivo é disputar a prefeitura de Boa Vista nas eleições do ano que vem, com um partido à sua inteira disposição. O marido da ex-deputada e ex-primeira dama Shéridan (PSDB), que mal mostrou a que veio, sonha alto.

Reconhecido no Congresso Nacional como o autor da Lei Larissa Manoela, que sequer andou nas primeiras comissões da Câmara, Duda pensa que já tem a expertise necessária para comandar o Executivo municipal. Além dele, o deputado Nicoletti (União), e o presidente da Assembleia Legislativa de Roraima, deputado Soldado Sampaio (Republicanos), também devem disputar o pleito do ano que vem contra o atual prefeito, Arthur Henrique (MDB).

Sem muito amparo político local, Duda é tratado pela imprensa amazonense como o “nono deputado federal do Amazonas”, só que eleito por Roraima. É que sua história política por aqui é recente, data de 2019, quando se mudou para cá para fazer campanhas eleitorais de outro grupo, após suas próprias campanhas a vereador de Manaus terem fracassado. Duda se tornou um grande empresário da construção civil e das comunicações no Amazonas. Viu em Roraima um novo horizonte para colocar em prática seus sonhos políticos. E não mediu esforços para conquistar seu eleitorado, até como apresentador de tv, dando cestas básicas e presentes aos seus telespectadores.

Só depois de eleito, começou a ser procurado por prefeitos de interiores do Amazonas para conseguir liberar emendas parlamentares para esses municípios. Nem todos os prefeitos daqui tiveram a mesma atenção. O de Rorainópolis, por exemplo, se queixa até hoje da falta de apoio do deputado para a liberação de recursos na cidade limítrofe com seu estado-natal. É que a esposa de Duda já sinalizou que pretende disputar a prefeitura daquele município. Então, pela lógica, quanto pior estiverem as condições de Rorainópolis, mais fácil será convencer a população a mudar de gestão.

O agora premiado deputado, que levou o prêmio Congresso em Foco nesta quinta-feira (21), juntamente com os deputados Nicoletti e Stélio Denner (Republicanos), além do senador Dr. Hiran (PP), agora faz planos para uma próxima aventura. É importante lembrar a você, leitor, que troféu não vence eleição. A atuação parlamentar investida nesses meses de mandato não justificam, sob nenhuma ótica, a escolha de Duda como “o melhor deputado da região Norte”, como aconteceu.

Sobre o prêmio conquistado pelos parlamentares de Roraima

O prêmio Congresso em Foco contabiliza votos pela internet, além de jornalistas que acompanham a cobertura do Congresso Nacional e por um juri especializado, que conta com representantes de ONGs e entidades ligadas de alguma maneira à política nacional. Os quatro parlamentares de Roraima são os primeiros do estado a conseguirem vencer o Congresso em Foco.

Experiência política

Nestes nove meses de mandato como deputado federal integrou comissões relevantes, apesar de o próprio não ter conseguido muito destaque em plenário. Foi escolhido como o “melhor parlamentar da região Norte”, sem mostrar currículo, muito menos um trabalho relevante até então.

Dentre as poucas atuações na Câmara Federal este ano, Duda participou de debates com pouco peso, a exemplo da aprovação de acesso de pessoa com deficiência a ônibus em qualquer local não proibido; discussão sobre preços das passagens de avião para a região Norte – sem avanços; a coordenação da Frente do Empreendedorismo; e a ampliação do público-alvo do programa de renegociação de dívidas do governo federal. E então, justifica-se a alcunha de melhor do Norte?

O parlamentar está certo de que este será o primeiro passo para o reconhecimento de seu trabalho e que logrará êxito com o apoio político de Shéridan, que obteve o 4° lugar na disputa pela prefeitura em 2020, com 14.055 votos, ou 8,9% dos números válidos.

Ainda que com pouco serviço prestado e muito caminho a ser trilhado até o ano que vem, os aventureiros da política não se cansam de olhar para Roraima como um lugar a se desbravar, depois que as portas já tiverem sido fechadas em seus lugares de origem.

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