A Força Aérea colocou sob sigilo quantas vezes foi acionada para fechar o espaço aéreo da Terra Yanomami, em Roraima, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
No começo de 2023, a reserva indígena recebeu atenção do noticiário depois da morte de representantes da etnia por fome. Uma das causas apontadas seria a presença do garimpo ilegal na região.
A revelação da informação sobre quantas vezes foi solicitada a fechar o espaço aéreo ajudaria a mostrar o quanto a Aeronáutica atuou para barrar, ou não, o acesso de possíveis invasores à região. Como a região tem pouca infraestrutura de locomoção e está distante de grandes centros urbanos, o uso de aviões é fundamental para os garimpeiros invadirem a terra.
A Aeronáutica alegou questões de segurança nacional para não informar os dados. Além disso, a Força Aérea recorreu a um decreto-lei da ditadura militar para escapar à obrigação de revelar duas informações: o motivo para o sigilo e o prazo para que ele fosse encerrado.
Procurada pela reportagem do portal Poder360, a Força Aérea disse que segue a LAI. E disse que diversas instituições de Estado se valem da mesma argumentação para manter segredos industriais, por exemplo. Eles não citaram as instituições.