Pesquisa sobre o consumo dos brasileiros feita pela Elo, uma das principais empresas de pagamentos do país, aponta que entre 2020 e 2022 a maioria dos brasileiros gastou cerca de 46% de sua renda com alimentação e combustível. Os dados da pesquisa foram analisados pelo economista Renan Silva, professor de Economia do Ibmec.
Segundo ele, o lockdown provocado pela pandemia e a guerra na Ucrânia fizeram com que as pessoas gastassem mais dinheiro com estes dois itens, do que com outras necessidades básicas.
A pesquisa reúne dados de mais de 43 milhões de cartões ativos da marca “Elo”. O levantamento registra a média anual de mais de 4,5 bilhões de transações financeiras gerenciadas pela empresa, em todo o país.
“Naquele período, a gente viu os governos colocaram estímulos monetários, o que gerou inflação de alimentos no lockdown”, observou Renan Silva. A respeito dos gastos com combustíveis, o especialista lembra que “houve o agravamento da crise entre a Rússia e a Ucrânia, que pressionou o preço dos combustíveis de forma contundente, e assim também aconteceu com o gás”.
“Isso acabou pressionando os preços – o que faz com que esses gastos tenham mais representatividade no orçamento das famílias”, destacou.
O levantamento registrado pela Elo também demonstra um crescimento das compras em eletrodomésticos, além de despesas com reformas residenciais. De acordo com o economista, isso aconteceu porque as pessoas tiveram que ficar em casa e buscaram melhorias e maior conforto, na convivência com seus familiares.
“Esse fenômeno acontece mesmo agora, no pós-pandemia”, afirmou Renan Silva. “Muitas pessoas que permanecem trabalhando, no chamado home office, também procuram gerar um ambiente mais agradável para permanecer em casa, por mais horas do dia”, ressaltou.