Ibama em apreensão de toras extraídas ilegalmente da Terra Indígena Pirititi, em Roraima. Foto: Felipe Werneck/ Ibama.

As TIs (Terras Indígenas) com povos isolados na Amazônia são mais vulneráveis à degradação ambiental que territórios sem a presença dessa população. É o que mostra um estudo publicado pelo Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e pela Coiab (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira) nesta 4ª feira (11).

Na nota técnica “Isolados Por um Fio: Riscos Impostos aos Povos Indígenas Isolados” (íntegra – 5 MB), as organizações apresentam dados sobre 5 riscos que afetam direitos fundamentais de povos indígenas isolados. São eles: desmatamento; incêndios; grilagem; mineração; desestruturação de políticas públicas específicas.

As Terras Indígenas com presença de povos isolados representam 653 km² –ou 62% da área de todas as TIs do bioma amazônico no Brasil. No estudo, o Ipam e a Coiab analisaram as 332 TIs da região, sendo 44 com povos isolados. Segundo a publicação, as ameaças se expandiram de 2019 a 2021. No período, 6 das 10 terras indígenas com maior alta no desmatamento no bioma têm povos isolados. Dessas, 3 estão no Pará (Ituna/Itatá, Kayapó e Munduruku); uma, em Roraima e no Amazonas (Yanomami); e outras duas, no Mato Grosso (Piripkura e Parque do Xingu).

Nesses territórios também se concentram 48% dos focos de calor, com uso do fogo ligado à mineração e à grilagem.

“A Amazônia brasileira é o lugar do mundo com a maior concentração de populações indígenas em situação de isolamento. Exigimos que o novo governo federal reverta o legado de destruição deixado pelo anterior, que desmantelou as políticas indigenistas e os nossos direitos”, disse Élcio Severino da Silva Manchineri, coordenador-executivo da Coiab. “O movimento indígena está organizado para enfrentar as ameaças aos nossos territórios e à autodeterminação dos povos indígenas, e para defender a vida dos povos isolados.”.

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