Os criptoativos já foram do céu ao inferno em 2021. O bitcoin, símbolo disso, atingiu um recorde de quase US$ 65 mil em abril e chegou a despencar para US$ 28 mil em junho, depois que a China intensificou sua repressão às moedas digitais.
Depois disso, o ativo oscilou entre os US$ 30 mil e os US$ 40 mil por muitas semanas, e começou a sair de sua queda no mês passado, quando as Big Techs realizaram alguns acenos ao segmento.
Em julho, por exemplo, a Amazon divulgou uma vaga de emprego para cuidar de moedas digitais e liderança de produtos em blockchain. A listagem, inclusive, gerou polêmica sobre o futuro envolvimento da empresa de tecnologia com criptomoedas e seu potencial para legitimar ainda mais o nascente setor de moeda digital.
Os ativos também receberam um impulso no mês passado com os comentários otimistas dos executivos-chefes da Tesla e do Twitter, Elon Musk e Jack Dorsey, que compartilharam como incorporaram ou planejam incorporar moedas digitais em seus negócios.
Outro sinal veio do PayPal, que anunciou que permitirá aos seus clientes comprar, manter e vender quatro tipos de criptomoedas – bitcoin, ethereum, litecoin e bitcoin cash – no Reino Unido. Este anúncio marca a primeira expansão internacional da oferta de criptomoedas da empresa fora dos Estados Unidos.
Nessa linha, o BTC voltou a ultrapassar a marca dos US$ 50 mil no último dia 23 e operava acima dos US$ 47 mil na terça-feira (31), com grandes investidores como MicroStrategy adicionando ainda mais a moeda às suas carteiras.
Paralelamente, com o choque do mercado aparentemente ultrapassado, investidores tentam descobrir qual será o próximo ativo do setor a conquistar o mercado.
“Trata-se de um momento muito bom para as altcoins. Um relatório da Coinshares aponta que os investidores estão vendendo seus fundos em BTC em favor de investimentos vinculados a outras criptomoedas”, diz Bernardo Teixeira, CFO do Grupo Ripio.
“De acordo com esse relatório, é a oitava semana consecutiva de fluxo vendedor. As altcoins, incluindo ETH, representam agora 32% dos ativos sob gestão, perto do recorde de 35%, de meados de maio deste ano.”
Confira a lista de alguns que podem decolar no futuro:
Polkadot (DOT)
Comentário: Theodoro Fleury, gestor da QR Asset Management, gestora de recursos da holding QR Capital
Com o sucesso dos primeiros leilões de slots na parachain da rede Kusama, é bem provável que a rede Polkadot vá fazer os leilões dos slots em sua rede muito em breve.
Isso deve aumentar a demanda pelo token nativo da rede, o DOT, para ser usado como pagamento nos leilões.
Uniswap (UNI)
Comentário: Vinícius Chagas, analista educacional da Blockchain Academy
A Uniswap é um mercado em que as pessoas podem negociar tokens entre si, sem passar por um intermediário centralizado. Trata-se de uma exchange descentralizada (ou DEX, na sigla em inglês).
Diferentemente de exchanges tradicionais, a Uniswap não é baseada em um livro de ordens, mas sim em um mecanismo mais complexo (chamado de AMM – automated market maker), em que os ativos são negociados em pares, avaliados um em relação ao outro.
A Uniswap é o protocolo líder em negociação das exchanges descentralizadas, totalizando um volume de cerca de US$ 9,5 bilhões nos últimos sete dias.
AXL e SLP
Comentário: Bernardo Teixeira, CFO do Grupo Ripio
Os tokens do jogo Axie Infinity estão hypados não apenas no Brasil, mas em todos os países que a Ripio tem operação. Atualmente são dois dos ativos mais negociados em nossa plataforma, acompanhando essa febre.
Por uma demanda dessa comunidade gamer, nossas próximas listagens deverão estar relacionadas a esse universo, que não para de crescer.
Polygon (MATIC)
Comentário: Vinícius Chagas, analista educacional da Blockchain Academy
Soluções chamadas de Layer 2 (segunda camada) surgiram visando atacar o problema do preço alto das taxas e escalabilidade de transações no ethereum, e o protocolo Polygon é uma delas.
O MATIC é o token utilizado dentro do ecossistema Polygon e pode se valorizar, conforme mais aplicações lancem seus aplicativos na Polygon. Atualmente, a solução está com cerca de US$ 4,9 bilhões em valor total investido e várias aplicações relevantes já lançaram seus aplicativos na rede.
Chiliz (CHZ)
Comentário: Vinícius Chagas, analista educacional da Blockchain Academy
Os maiores clubes e ligas de esportes do mundo já perceberam as possibilidades criadas com os Fan Tokens, ativos digitais que fazem os torcedores investirem em troca de recompensas exclusivas.
Não por acaso estamos vendo os principais players do setor (futebol, games, lutas, basquete, entre outros) embarcarem nesse modelo, como o Corinthians, Atlético Mineiro, Barcelona, PSG, Atlético de Madrid, UFC e muitos outros.
O anúncio de que Messi receberá uma parte significativa do seu pacote de boas-vindas em PSG Fan Tokens fez barulho no mercado e pode incentivar ainda mais a adesão à plataforma. O token Chiliz (CHZ) é a moeda nativa do aplicativo socios.com e pode se beneficiar da utilização da plataforma em maior escala.
FXT Token (FTT)
Comentário: Theodoro Fleury, gestor da QR Asset Management, gestora de recursos da holding QR Capital
Com o recente crescimento da blockchain Solana, a demanda pelos tokens da exchange de derivativos FTX deve crescer para poder participar de ofertas e lançamentos dentro desse ecossistema.
O exemplo mais recente é o jogo Star Atlas, um dos lançamentos mais aguardados do ano em todo o ecossistema cripto.
Dogecoin (DOGE)
Comentário: Bernardo Teixeira, CFO do Grupo Ripio
Começou como um meme, mas está conseguindo virar a chave e consolidar-se com um criptoativo com valor de mercado real.
Tem uma das comunidades mais engajadas do mundo cripto, uma rede crescente de aceitação no offline e muitos investidores famosos dando chancela.