Senador Chico Rodrigues. Foto: reprodução

Além do dinheiro apreendido pela Polícia Federal na cueca e no cofre do senador Chico Rodrigues (DEM-RR), os agentes que comandaram a operação Desvid-19, na última quinta-feira (15) relataram ter encontrado o que parece ser uma pepita de ouro, de acordo com o jornal O Estado de S.Paulo.

A informação está contida no registro do termo de busca e apreensão, que aponta para “1 pedra, supostamente caracterizada como pepita de ouro, encontrada no cofre do quarto do senador”.

Durante a operação, o ex-vice-líder do governo no Senado não soube explicar ou comprovar a origem, tanto da pedra, quanto dos valores encontrados. Por isso, tudo foi apreendido. Havia R$ 10 mil e US$ 6 mil no cofre, além dos R$ 33 mil escondidos nas vestes íntimas do senador. A soma resulta em R$ 70 mil, se convertidos os dólares à moeda brasileira na cotação do dia.

“Quanto aos valores, o senador não soube explicar ou comprovar sua origem; e, da mesma forma, a origem da pedra, supostamente uma pepita de ouro, razão pela qual todos os objetos foram apreendidos”, disse a PF, de acordo com o Blog do Fausto, do jornal paulista.

Em vídeo disponível nas redes sociais do senador, que pediu afastamento do cargo por 121 dias, ele aparece defendendo e acompanhando o “garimpo artesanal” feito por indígenas na comunidade indígena Napoleão, em Normandia, no Norte de Roraima. Contudo, a atividade de mineração é proibida em terras demarcadas, de acordo com a Agência Nacional de Mineração (ANM).

“A extração mineral sem danos ambientais é um trabalho fabuloso. Dezenas, centenas de famílias estão aqui no entorno dessa montanha, tirando da terra aquilo que na verdade, Deus nos deu como herança”, defendeu o senador em vídeo publicado em 28 de janeiro, no Instagram.

Na gravação, o senador aparece ao lado da presidente da Sociedade de Defesa dos Índios Unidos de Roraima (Sodiurr), Irisnaide Silva, e do tuxaua da comunidade, Carpegiani, e pede que o projeto para regulamentação da mineração em áreas indígenas avance no Congresso.

“Nós precisamos que o governo, que o Congresso Nacional, principalmente, regulamente essa questão de exploração mineral em áreas indígenas e aqui eles estão fazendo e dando exemplo com um trabalho absolutamente artesanal”, complementou Rodrigues.

A reportagem do jornal enviou uma série de perguntas ao senador Chico Rodrigues e à sua defesa sobre as informações do inquérito. Em resposta, os advogados Ticiano Figueiredo, Pedro Ivo Velloso e Yasmin Handar disseram que o parlamentar “dialoga, diuturnamente, no âmbito de suas funções, com políticos, servidores públicos, empresários e outros profissionais com as mais diversas pautas e demandas referentes ao Estado de Roraima”.

E completa: “O Senador jamais intercedeu indevidamente em prol de qualquer interesse privado no âmbito de contratações no Estado de Roraima ou em qualquer outro órgão. As investigações irão provar que ele não cometeu qualquer irregularidade no exercício de suas funções. O Senador está à disposição das autoridades para esclarecer quaisquer dúvidas a respeito dos fatos em apuração”, disse a defesa.

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