Foto: divulgação

Quanto mais tenta se explicar mais o governador Antonio Denarium  (sem partido) se complica no vergonhoso caso de corrupção na Secretaria Estadual de Saúde (Sesau). Os órgãos de controle e a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa de Roraima precisam estar atentos a alguns pontos no documento entregue por Denarium. Vejamos:

1 – O governador alega que exonerou nove servidores após o levantamento sobre as irregularidades dentro da Sesau. Mas foi aberto procedimento para apurar as irregularidades cometidas por cada servidor? Ou vai ficar por isso mesmo, já que há indicativos de que há “peixes grandes” envolvidos?

2 – Denarium alega que tomou conhecimento sobre o pagamento antecipado, no dia 28/04, da aquisição dos respiradores, comunicando verbalmente à procuradora-geral do Ministério Público, Janaina Menezes, e ao conselheiro do Tribunal de Contas, Bismark, as possíveis irregularidades. Diante da comunicação oficial,

estas autoridades tomaram as medidas necessárias para a apuração dos fatos? Sabe-se que não tomar providências pode se configurar prevaricação.

3 – As determinações foram feitas de forma oficial ou somente verbal? Se forem somente verbal, fica outra indagação: por que esta ausência de formalismo mediante os gritantes ilícitos?

4 – O governador alega que durante visita de rotina determinou a suspensão de todos os atos de pagamento em relação ao processo de aquisição de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Mas em que data  foi essa visita de rotina?

5 – Porque, durante as visitas de rotina, ele não tomou estas providências previamente, tendo em vista as graves irregularidades encontradas?

6 – O governador diz que criou a Força-Tarefa “diante de mais de um processo ao qual constatou que não foi seguido o devido processo”. Então vem a pergunta: estas constatações foram formalizadas? Em caso negativo, por que não foram ou por que demoraram tanto tempo?

Torna-se necessário que todo esse episódio seja bem esclarecido. Não é possível que o governador tente se eximir de todas as culpas sob alegação de que nada sabia ou, se tomou conhecimento, tenha demorado a tomar providências, como se esses graves casos de corrupção não fossem relevantes.

Denarium, durante a campanha eleitoral, prometeu em discurso no palanque que todo e qualquer servidor ou autoridade, inclusive dentro do Palácio do Governo, que fosse pego em práticas de corrupção sairia dentro do camburão da polícia. Então é hora de cumprir o que prometeu. Ou ele tem algo a temer também?

*Colunista

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