Foto: divulgação

“Não vi”, “Não sei”. É assim que o governador Antonio Denarium (sem partido) tem se comportado em relação às graves denúncias que surgem principalmente na saúde pública. Ele  está se tornando  o “Lula” de Roraima: nunca vê nada sobre o que está ocorrendo em seu governo.

Difícil acreditar que Denarium não tenha conhecimento de uma compra superfaturada de respiradores no valor de R$6 milhões, uma vez que ele é o principal ordenador de despesa. Se  realmente não sabe e não viu, então fica comprovado que ele não tem poder de mando, submisso a um governo paralelo, se comportando como marido traído, o último a saber por meio das redes sociais.

Se ele sabia, então Denarium é tão responsável quanto os gestores da Secretaria Estadual da Saúde (Saúde) que coordenaram a aquisição irregular milionária, portanto devendo ser responsabilizado pela grave irregularidade, ainda que esteja sendo remediada com a anulação do contrato e devolução do dinheiro. O episódio precisa ser bem esclarecido, uma vez que até o irmão do governador foi citado na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde agindo como intermediário para a Sesau pagar uma empresa que já estava sob investigação.

Na hipótese de o governador ter se tornado um “Lula”, a fim de escapar das responsabilidades,  então já não haveria mais motivo para confiar neste governo que foi eleito pela onda bolsonarista de moralização do Estado. Se ele realmente é um “marido traído”, então estaria comprovado que é um desinteressado em trabalhar para e pelo povo, assumindo ser um governador só dos grandes  empresários, que bancaram sua candidatura e que sempre foram seus sócios nos negócios, a exemplo do Frigo10.

Acima de qualquer coisa, o cidadão não vê mais esse governo como seu legítimo representante, pois não consegue cumprir suas promessas, em especial o de acabar com a corrupção, sabendo que até o irmão de Denarium foi citado querendo levar vantagem nas tetas governamentais em um setor crítico, o da saúde pública.  Pagar o funcionalismo público em dia parece ser sua única virtude ou uma estratégia política para agradar a opinião pública. E o efeito coronavírus acabou por expor o que vinha sendo mantido oculto.

Independente do que ocorrer daqui para frente, não há mais o que confiar no governo Denarium. Ou ele se reinventa, dando uma guinada de 180 graus em seu governo, retomando as rédeas da situação, passando a agir como o governador que ele prometeu ser na campanha eleitoral, ou não haverá mais apoio para sustentá-lo no governo.  Não é apenas a oposição que está no seu calcanhar. É o povo que cobra uma atitude de quem pode fazer diferente (e.    assim foi eleito), para extirpar a corrupção e as antigas práticas. Se não for assim (já até passou do tempo de um neófito), seu fim será como o da finada administração de Suely Campos, que foi sacada do governo por meio de uma intervenção porque nem conseguia mais pagar o funcionalismo.

E já tem gente falando em intervenção na Saúde, o que é um passo para alguém falar em uma intervenção federal completa, uma vez que o sistema prisional vive em intervenção desde o governo passado. Está comprovado  que dinheiro realmente tem (foram mais de R$6 milhões que quase caíram no buraco da corrupção); o que falta é gestão – só para lembrar o slogan de Denarium na campanha eleitoral.

*Colunista

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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