Foto: reprodução

Enquanto todas as mídias obrigatoriamente tratam do coronavírus, o Governo de Roraima vai escapando de explicar o que aconteceu para sumir todos os grãos de soja e milho dos produtores roraimenses que estavam depositados nos silos da Cooperativa Grão Norte, instalado em propriedade pública.  Trata-se de um golpe milionário, cujo prejuízo a grandes, médios e pequenos produtores pode chegar a R$15 milhões, conforme já foi relatado neste espaço.

Todo o esforço dos produtores, representados no armazenamento de seus grãos, evaporou-se em um furto inexplicável e que com certeza tem o envolvimento de uma rede formada por gente grande, pois a expressiva quantidade de grãos, cerca de 200 mil sacas de milho e soja, representa um carregamento que não desaparece de uma hora para outra, como se fosse uma apresentação de David Copperfield.

Não se trata apenas do suor e da economia dos produtores, mas do principal projeto do governador Antonio Denarium, que concentrou todos os seus esforços no agronegócio, viajando para outros estados a fim de convidar empresários a virem para Roraima investir.  Mas como apostar  em um Estado onde não há uma definição fundiária e onde toda a produção de grãos dos produtores some sem qualquer explicação, nas barbas do governo?

Detalhe: entre as vítimas do golpe está o próprio governador, que tinha grãos guardados no armazém da Grão Norte. Até agora Denarium não deu uma declaração sequer sobre esse golpe no agronegócio, fingindo que o problema é apenas dos produtores, e não Governo do Estado.  Uma ova! Esse problema mexe no cerne do projeto desse governo.

É tão sério que o governador largou tudo nas mãos de um governador paralelo para ficar tratando pessoalmente do projeto do agronegócio, deixando de cuidar da saúde, da segurança e da educação, setores que sentem um grande impacto nesse momento de crise e incertezas devido à pandemia.

Avisado o governador foi, de que não poderia prescindir dos pequenos agricultores, aqueles que verdadeiramente geram empregos e renda, além de colocar comida na mesa da população, mas apostou tudo no agronegócio e nos grandes empresários.  Já que não ouviu, agora ele tem o dever de buscar esclarecimento sobre o golpe milionário da Grão Norte. Afinal, ele é duas vezes interessado, como produtor vítima do golpe e como governador fissurado no agronegócio e por toda estrutura ter sido construída com dinheiro público.

*Colunista

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