É vergonhosa e lamentável a maneira como  nossos principais governantes estão agindo frente à realidade do coronavírus em Roraima. Visivelmente a prefeita Teresa Surita (MDB) tenta tirar proveito político da situação e não recuou de seu propósito de deixar a Prefeitura de Boa Vista com as obras milionárias inauguradas.

Para isso, enquanto Teresa prega nas redes sociais quarentena e isolamento social,  não permitiu que a empresa que está construindo a nova orla no Rio Branco, na área que era conhecida como Beiral, suspendesse os trabalhos para que seus operários entrassem de quarentena e cumprissem o decreto de isolamento social.

Tudo para que a obra que vai custar R$134,4 milhões não atrase e assim a prefeita possa inaugurar a primeira fase da nova orla, seu grande xodó político, no fim de seu mandato, conforme seus planos eleitorais futuros. Não há escrúpulo quando se trata de manter seus planos, enquanto boa parte do comércio está de portas fechadas.  Nem pudor em se passar como arauto das notícias do coronavírus no Estado.

Enquanto isso, ela determina que a Guarda Municipal (GM) aja com todo rigor com pequenos comerciantes e desliga as luzes das principais praças da Capital, alegando que não há efetivo suficiente para a GM agir. Porém, na guarita refrigerada na entrada  da sua propriedade particular, um latifúndio urbano no bairro Cidade Satélite, a prefeita mantém a escala de dois guardas municipais como vigilantes de luxo, sem que ela precise pagar pela segurança privada.

Teresa prega uma cartilha para a população, mas não segue as regras quando essa regras ameaçam seus planos políticos. Ela só tem um pensamento fixo, que é ser governadora a qualquer custo, achando que é autossuficiente, atropelando quem entrar em sua frente, na soberba de quem acha que tem toda a popularidade para fazer o que bem entender, como se a cidade fosse a extensão de seu latifúndio urbano.

Teresa quer o Estado para tratá-lo como  se fosse a fazenda de mogno do seu marido, um ex-comunista que virou capitalista no mais alto grau, vivendo em Nova York, onde ele inventa seminários sobre a Primeira Infância para promover politicamente Teresa e para que ela possa ficar passeando nos Estados Unidos com tudo pago pelo Município.

A prefeita enxerga nessa pandemia apenas mais uma forma de se promover politicamente e concretizar na surdina seus arranjos. Não custa relembrar que ela prorrogou o contrato milionário da empresa Sanepav, que vai receber até a próxima administração o valor de R$77 milhões.

Enquanto a prefeita fica em seu isolamento social na sua confortável casa de campo, arquitetando e executando seus planos políticos, o povo paga as consequências de um momento crítico, em que ninguém tem certeza do que irá acontecer nos próximos meses. Só mesmo Teresa tem  certeza: vai deixar a Prefeitura com contratos das grandes empresas ajeitados, grandes obras inauguradas (porque nem a usina asfáltica paralisou os trabalhos) e com o sorriso pedante de quem se acha dona da situação.

*Colunista

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